Forro desabou na Igreja do Rosário, em Itabirito, no Dia de Nossa Senhora da Boa Viagem - padroeira da cidade. Foto - Divulgação
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Itabirito (Região Central de Minas) – Em resposta ao Radar Geral, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirmou que o desabamento do forro do altar-mor da Igreja de Nossa Senhora do Rosário (bairro Tombadouro), que aconteceu na última segunda-feira (15/8), “decorre de uma obra irregular e da desconsideração das orientações técnicas, que inclusive indicaram o escoramento do forro”.

Essas obras estavam sendo realizadas pela Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem. Contudo, o pároco/padre Miguel Ângelo Fiorillo contestou: “o desabamento do forro teve como causa o embargo. Há de se destacar que o desabamento aconteceu após a recuperação de toda a cobertura”. Para o padre, o embargo, que se deu por meio de denúncia anônima, foi uma “atitude covarde”.

O padre ainda culpou a Prefeitura: “Credite-se o desabamento na conta do denunciante ‘anônimo’, do fiscal do Iphan e da fiscal de Postura do Município de Itabirito. 

Veja mais fotos de como ficou a igreja com o desabamento:

Leia a resposta do Iphan ao Radar Geral na íntegra:

Em fevereiro deste ano, a paróquia Nossa Senhora de Boa Viagem, responsável pela Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Itabirito (MG), bem tombado pelo Iphan, encaminhou correspondência eletrônica solicitando autorização para realização de reformas emergenciais na referida igreja, tendo sido indicado o seguinte escopo:

01 – Substituição de várias telhas de barro, estilo colonial.

02 – Revisão do engradamento do telhado e sendo necessário substituição de caibros e ripas.

03 – Revisão do forro em lambri da Naveta (lado esquerdo) e do forro em camisa e blusa da Naveta (lado direito), sem a presença de pintura artística.

04 – Pintura interna e externa (portas/janelas verde colonial e paredes branca).

05 – Recomposição nas partes que o reboco está depreendendo.

A mesma correspondência esclarecia que não haveria nenhuma modificação na estrutura do imóvel religioso cultural, bem como não houve menção de obras no presbitério da Igreja, mas apenas nas navetas laterais.

Em 26 de julho, o Iphan recebeu através da Plataforma Integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação (Fala.BR) denúncia sobre a execução de vigas de concreto, utilização de argamassa de cimento e recomposição de paredes com blocos de concreto no referido bem. Tal denúncia foi tratada como emergencial, por relatar procedimentos que fugiram ao escopo do que foi autorizado pelo Iphan, com indícios de danos sobre técnicas construtivas tradicionais, detalhes arquitetônicos e elementos artísticos.

Em virtude da situação constatada, o Instituto emitiu termo de embargo, por ter sido realizada em desacordo com o escopo da reforma simplificada autorizada pelo Iphan, assim determinando sua paralisação imediata, interrupção do fornecimento de energia, proteção dos trechos abertos e/ou descobertos com lonas e tapumes, e escoramento dos trechos com sobrecarga, para apuração dos danos.

Tais ações comprovam que qualquer dano sobre o forro do presbitério – cuja intervenção não era prevista pela reforma simplificada aprovada pelo Iphan –, decorre de uma obra irregular e da desconsideração das orientações técnicas, que inclusive indicaram o escoramento do forro, e não do expediente do embargo em si, que é o único meio que o Iphan possui para paralisar obras irregulares, avaliar os danos consumados, e orientar medidas de correção e mitigação.

Leia resposta da Prefeitura na íntegra

A Prefeitura de Itabirito, por meio da Secretaria de Patrimônio Cultural e Turismo, esclarece que a Igreja de Nossa Senhora do Rosário é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan desde 1955. Isso posto, as medidas de proteção ao monumento são orientadas pelas normas do órgão federal, responsável pelo embargo. A atuação da fiscalização municipal visa, estritamente, ao cumprimento do escopo de preservação, por solicitação do Iphan.

TV Globo

O caso ganhou repercussão na TV Globo Minas, que confundiu Igreja do Rosário com Paróquia da Boa Viagem.

A igreja foi a que teve o forro desabado. Já a paróquia é a responsável pela igreja e pela obra embargada.

CLIQUE AQUI para ver a reportagem da TV Globo.

Segundo o padre Miguel, apesar do desabamento, “não houve maiores danos na igreja”. Foto – Divulgação
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