Da Comunicação da Vale
A Vale anunciou ontem (16/3), Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, que conseguiu produzir pela primeira vez, em escala industrial, uma pelota com qualidade comercial sem o uso de carvão antracito. Realizado na pelotizadora de Vargem Grande (MG), em Nova Lima (MG), o teste substituiu 100% do combustível fóssil por biocarbono no processo de queima da pelota, aglomerado de minério de ferro utilizado na produção de aço na siderurgia. O biocarbono é um produto renovável, obtido através da carbonização de biomassa e, portanto, de emissão zero.
O carvão antracito corresponde a cerca de 50% das emissões de CO2 na pelotização, que, por sua vez, é o processo mais intensivo em carbono relativo às emissões diretas da companhia.
Hoje, a pelotização corresponde a 30% do total do escopo 1. O teste foi iniciado com taxa de substituição de 50% do carvão pelo biocarbono, evoluindo gradativamente até chegar a 100%. No total, foram produzidas cerca de 50 mil toneladas de pelotas, das quais 15 mil com 100% de biocarbono de origem certificada.
Segundo o engenheiro Rodrigo Boyer, que conduziu a iniciativa, apenas na pelotizadora de Vargem Grande, o uso do biocarbono representa uma redução de cerca de 350 mil toneladas de CO2 anualmente, o equivalente à emissão de aproxidamente 75,4 mil carros populares de 1 mil cilindradas por ano . “Serão realizados novos testes em 2023 de maior duração para avaliação completa do processo. Só depois desta etapa, poderemos gerar informações para o desenvolvimento da engenharia necessária visando à implantação definitiva do projeto”, explicou.
O gerente-executivo de Projetos de Descarbonização da Vale, Rodrigo Araújo, disse que o teste é mais um passo importante na jornada da Vale em seu compromisso de zerar suas emissões líquidas de carbono nos escopos 1 e 2 até 2050. O escopo 2 refere-se às emissões indiretas, provenientes da compra de energia elétrica. “No caso da pelotização, o uso do biocarbono é a nossa principal iniciativa pelo fato de haver um grande potencial de produção de biomassa no Brasil”, afirmou.
Mudanças Climáticas
A escolha do Dia Nacional de Conscientização sobre Mudanças Climáticas para o anúncio do resultado do teste de biocarbono na pelotização não foi por acaso. A data foi estabelecida pela Lei nº 12.533, de 2011, como uma forma de promover a conscientização e o debate sobre os impactos das mudanças climáticas no planeta e para incentivar a adoção de medidas que visem à mitigação desses impactos.
Nessa direção, a Vale está investindo entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões para reduzir em 33% suas emissões diretas e indiretas até 2030, alinhada ao Acordo de Paris, com o objetivo de se tornar net zero em 2050. Além disso, até 2035, a empresa se comprometeu a cortar em 15% suas emissões de escopo 3, relacionados à cadeia de valor (fornecedores e clientes).
“A agenda climática é prioridade para a Vale. Por exemplo, desde 2020 a companhia adota um preço interno de carbono de US$ 50 por tonelada de CO2 equivalente ao avaliar a alocação de capital em novos projetos”, comenta Rodrigo Lauria, gerente-executivo de Mudanças Climáticas da Vale.