ITABIRITO (MG) – Com 587 votos, Ézio Pimenta (Solidariedade) foi o único vereador eleito entre todos que apoiavam o candidato a prefeito Ricardo Oliveira (do mesmo partido). Muito conhecido e (por que não dizer?) querido no município, Ézio (com 49 anos) conquistou uma cadeira na Câmara depois de tentar quatro vezes.
Formado em ciências contábeis, com ênfase em controladoria e especialização em engenharia de trânsito, Ézio (que inclusive já disputou como vice-prefeito na chapa do mesmo Ricardo) é o entrevistado da vez do Radar Geral:
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Radar Geral – O que o senhor fez diferente, desta vez, para conseguir vencer?
Ézio Pimenta – Nesta campanha, busquei um diferencial estratégico ao integrar as redes sociais como uma ferramenta essencial de comunicação, com a produção de vídeos leves sobre temas políticos e também de propostas reais para a nossa cidade, sempre apresentados de forma acessível à população. Além disso, intensifiquei o contato direto com a comunidade ao visitar mais de 44 bairros, buscando construir uma conexão genuína e fortalecer a confiança entre o vereador e o cidadão.
Que tipo de vereador o senhor será?
Serei um vereador focado no bem comum, conduzindo meu mandato com total dedicação e respeito a cada cidadão. Quero resgatar a proximidade entre o legislador e a comunidade, promovendo um mandato participativo em que todos possam colaborar para construir uma cidade melhor e mais justa. Meu compromisso é com um trabalho transparente e acessível, sempre em favor dos interesses da população.
Qual defeito (problema) hoje da Câmara de Itabirito que o senhor não concorda e pretende combater?
Um dos principais desafios na Câmara de Itabirito é fortalecer a conexão entre o Poder Legislativo e os interesses da população. Acredito que aumentar a participação cidadã seja essencial. Muitas vezes, o distanciamento entre os representantes e as necessidades reais dos moradores resulta na perda de oportunidades de melhorias significativas. Com mais participação pública, transparência e fiscalização, é possível minimizar esses desafios e fortalecer o compromisso dos vereadores com o interesse coletivo.
Sem rodeios (e sem falar que será neutro), o senhor pretende ser situação ou oposição ao governo Elio da Mata?
Devido à minha vinculação com um grupo político de ideologia diferente da atual administração, atuarei na oposição. Contudo, ressalto que minha prioridade será sempre o bem-estar da população. Farei oposição de maneira responsável, apoiando todo projeto que favoreça o interesse público e beneficie a coletividade.
Na sua opinião, um vereador pode receber dinheiro por fora para apoiar as causas de uma empresa? E se essas causas forem, digamos, convenientes para o parlamentar municipal?
De forma alguma. A prática de receber benefícios financeiros por fora é absolutamente contrária aos princípios éticos que um vereador deve seguir. É fundamental que as decisões sejam pautadas exclusivamente pelo interesse público, e qualquer forma de favorecimento particular prejudica a confiança da população e a integridade do mandato.
Qual é o maior problema de Itabirito? E como vereador de que forma o senhor pode trabalhar para tentar resolvê-lo ou minimizá-lo?
Embora Itabirito enfrente várias questões, destaco o trânsito, a segurança pública e a saúde, como áreas prioritárias. Como vereador, pretendo apresentar projetos que promovam soluções inovadoras e eficazes, tomando como referência cidades que conseguiram progredir nesses temas. Minha atuação estará voltada para implementar medidas práticas e sustentáveis que visem melhorar a qualidade de vida de nossos moradores.
O senhor foi o único eleito do grupo do candidato Ricardo Oliveira (que ficou em 3º lugar para prefeito). Se o senhor fosse o Ricardo, nas próximas eleições (caso ele se candidate), o que o senhor faria diferente?
Se eu estivesse no lugar do Ricardo, acredito que o caminho seria fortalecer ainda mais nosso grupo político. Ampliar alianças estratégicas e atrair novos partidos é essencial para fortalecer nossa base e garantir uma campanha mais sólida. Também vejo como prioridade aumentar os recursos financeiros da campanha, para que possamos ter uma estrutura mais robusta e alcançar o máximo de eleitores possível. Além disso, acho fundamental intensificar o diálogo com as lideranças locais, promovendo reuniões regulares com associações de bairro e demais grupos comunitários. Organizar atividades de engajamento, como caminhadas e encontros, permite um contato direto com os moradores, o que ajuda a entender melhor suas demandas, preocupações e aspirações. Esse contato próximo com a população é o que permitirá construir uma plataforma realmente alinhada com as necessidades de cada região, aumentando a confiança e identificação dos eleitores com nossa proposta.
O senhor já foi do grupo do ex-prefeito Alex Salvador (que também foi candidato a prefeito nesta eleição e ficou em 2º lugar), por que o senhor se afastou do grupo dele?
O afastamento ocorreu por razões pessoais e profissionais. Na época, enfrentei dificuldades para obter o reconhecimento profissional que buscava e não conseguimos alinhamento em questões relacionadas à minha candidatura a vereador. Após uma análise cuidadosa e conversas com o Ricardo Oliveira, decidimos formar uma nova frente política, com um projeto de renovação para Itabirito.
Qual é o pior defeito de um prefeito: a corrupção ou não atender anseios da população?
Ambos são extremamente prejudiciais. A corrupção deve ser combatida com veemência, pois compromete os recursos e a confiança pública. Da mesma forma, uma gestão que não responde aos anseios da população demonstra falta de comprometimento e sensibilidade com as demandas reais, enfraquecendo o vínculo entre a administração pública e o cidadão. Acredito que esses são pontos que devem ser erradicados para garantir uma gestão transparente e efetiva.
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