Enfermeiros e técnicos de enfermagem em protesto em Itabirito. Foto - Divulgação
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Segurando cartazes e usando camisas brancas, enfermeiros da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itabirito (na Região Central de Minas) fizeram uma manifestação tomando as ruas centrais da cidade na tarde desta quarta-feira (4). A intenção é sensibilizar a Prefeitura para a importância de atender as reivindicações da classe.

O protesto tomou conta das ruas de Itabirito. Foto – Divulgação

Basicamente, o que os enfermeiros pedem são melhores condições de trabalho e, principalmente, o direito de trabalhar 30h semanais, e não 40h como trabalham atualmente.

A luta não se restringe a Itabirito. Trata-se de um esforço que une a classe em todo o país.

Contudo, os enfermeiros itabiritenses defendem a ideia de que há sim condições de a Prefeitura atender as reivindicações em nível municipal.   

“Estamos na luta pela jornada de 30 horas de trabalho. Sabemos que na elaboração do edital (feito pela Prefeitura de Itabirito quando abriu o concurso público) foi determinada uma carga horária de 40 horas. Na data da elaboração do edital não havia, como não há nacionalmente, aprovada nenhuma legislação determinando a carga horária de 30 horas. Contudo, isso não impossibilita o município estabelecer a carga horária de 30 horas, já que tem autonomia para executá-la”, informou a classe em nota enviada ao Radar Geral no fim de setembro deste ano.

Em depoimento ao Radar ainda em setembro, os enfermeiros disseram também que muitas vezes eles trabalham mesmo quando estão doentes porque têm receio de pedir atestado médico e, com isso, perder o direito ao cartão-alimentação dado pelo município.

Isso porque, na Prefeitura, quem apresenta dois atestados em um mês, perde direito ao benefício naquele mês específico.

Os manifestantes gritaram palavras de ordem em frente à Secretaria de Saúde da Prefeitura de Itabirito. Foto – Divulgação

Inclusive, segundo a classe, a técnica de enfermagem Thaís Mendes (que morreu no início de setembro vítima de uma tromboembolia pulmonar) trabalhou doente e não pegou atestado para não perder direito ao cartão.

“Não existe uma pessoa que nunca precisou dos serviços da enfermagem, pois ela (a enfermagem) está presente 24 horas por dia na assistência à sociedade (…). Sem enfermagem não tem saúde, não tem Brasil”, desabafou a classe por meio de nota.

Quando a pauta chegou ao site, antes da manifestação de quarta-feira, os enfermeiros informaram que o ato aconteceria com devidos cuidados sanitários e que não há intenção político-partidária na manifestação por causa das Eleições 2020.

A passeata em Itabirito teve o apoio do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG).

Prefeitura

A Prefeitura de Itabirito se manifestou em meados de setembro a respeito do assunto.

“A maioria dos enfermeiros da UPA é concursada. E os editais dos concursos trazem especificada a carga horária a ser trabalhada. Portanto, a Prefeitura não pode agir de outra forma uma vez que se trata de questão contratual”, salientou o secretário de Saúde de Itabirito, Marco Antônio Marques Félix. 

CLIQUE AQUI e leia a matéria completa (com a resposta da Prefeitura dada em setembro).

Entretanto, especificamente a respeito do protesto feito pelos enfermeiros de Itabirito nesta quarta-feira, a Prefeitura informou que ainda não tem uma posição.

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