UPA de Itabirito - Foto: Arquivo Radar Geral
UPA de Itabirito - Foto: Arquivo Radar Geral
970x250
RADAR GERAL - 970x250px
Compartilhe:

Itabirito (Região Central de Minas) – Foi sepultado no domingo (7/4), o bebê que faria 2 anos de idade no dia 24 de maio. Vítima da dengue, o pequeno, que morava no bairro Padre Adelmo, era único filho e único neto da família. “Estou arrasada, acabada. Meu maior medo era eu morrer e deixar ele aqui. Mas não era para ele ir antes de mim. Eu não esperava por isso. Eu tinha tantos planos para ele (…)”, disse, com a voz embargada, a mãe (de 31 anos).

Em meio à dor, ela encontra forças para fazer um agradecimento especial: “Tenho gratidão por ele ter deixado eu ser a mãe dele. Por ele ter feito parte da minha vida. Ele era muito amado”.

O drama da família teve início na semana passada. Por meio de um teste de farmácia, houve a confirmação de que a criança estava com dengue. Mas depois de um tempo, segundo a mãe, o bebê melhorou.

Entretanto, na quarta (3/4), a criança passou mal e foi para a UPA. Na unidade ficou até sábado (6/4), quando morreu às 18h. Nesse meio tempo, o paciente aguardou transferência para um hospital em Belo Horizonte – o que não aconteceu. Na sexta (5/4), a mãe chegou a levá-lo para BH para saber se o pequeno tinha problemas neurológicos. Não tinha. Na capital, ela tentou interná-lo. Sem sucesso.   

Recorrendo a quem podia, o que inclui políticos (de Itabirito e deputados), a mãe clamou por socorro. Às 18h30, meia hora depois da morte, a assessora de um deputado ligou para ela e disse que conseguiu a vaga. Tarde demais.

Antes da doença, o bebê tinha convulsões toda vez que ficava com febre. Com a dengue, a febre e, portanto, as convulsões se intensificaram. Chegaram a ficar assustadoramente frequentes: de 5 em 5 minutos.

Em discussão com vereadores de Itabirito na segunda (8/4), na Câmara, o prefeito Orlando Caldeira, o vice Elio da Mata, os médicos Paulo Sérgio Camilo e Marcelo Araújo divulgaram que até agora, a doença matou cinco pessoas na cidade, sendo que mais três óbitos estão em investigação.

O Radar Geral não conseguiu saber se a morte do bebê (que causou comoção na cidade) está entre as cinco perdas por complicações da dengue. A informação de que a criança morreu, de fato, por complicações dessa doença veio da família.

Doutor Marcelo, que é infectologista, afirmou que até o momento foram 1.600 casos (em 2024) da dengue na cidade, com taxa de internação de 7%. “Trata-se de uma taxa alta”, salientou.

Segundo ele, a dengue se concentra em países como Brasil, Argentina e Paraguai e, por isso, os esforços para a produção de vacina não mobilizam o mundo – como aconteceu com a Covid.

Com a redução das chuvas, existe possibilidade de diminuição da sobrecarga no sistema de saúde. Lembrando que o mosquito fêmea da dengue bota ovos em água parada.

Compartilhe: