Em cerca de 20 dias, por duas vezes, Robson Paiva da Silva (de 33 anos) vive a angústia de ter de esperar por uma transferência hospitalar por meio do SUS.
Diagnosticado com bradicardia (condição em que a frequência cardíaca está abaixo do normal), Robson chegou a ficar na UTI da Santa Casa de Ouro Preto. Dias depois, foi levado para o quarto da instituição. Voltou para a casa dele. Passou mal de novo, foi para a UPA de Itabirito, e por fim retornou à Santa Casa ouro-pretana.
Morador dos Coelhos (Ouro Preto), Robson foi levado para a UPA itabiritense pelo fato de a unidade ser mais próxima à residência dele que a sede do município ouro-pretano. Todavia, como já explicado, ele “voltou à estaca zero”, ou seja, retornou ao hospital da cidade histórica (que já é sabido que não tem condições de tratá-lo).
“Itabirito não pode mandá-lo para BH porque ele é morador de Ouro Preto. Quando meu marido foi socorrido pela 1ª vez, ele estava com falta de ar. O tratamento na capital é importante para saber o que provocou o problema. Ele chegou a ficar nove dias na Santa Casa da 1ª vez. Só que os exames que ele precisa, Ouro Preto não faz. Precisamos de um hospital que tenha condições de fazer esses exames. Atualmente, ele está estável, mas os batimentos cardíacos dele não se estabilizam. Esporadicamente, ele sente muita dor no peito”, disse a esposa do Robson, Fabiana Magna Martins (de 27 anos), que está desesperada diante da situação.
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
O Radar Geral procurou a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, que enviou uma nota. Leia a seguir (na íntegra):
“A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que o paciente está cadastrado no sistema estadual de regulação (SUSfácilMG) e sendo regulado pela Central Municipal de Regulação de Belo Horizonte, responsável por localizar um leito compatível, conforme critérios clínicos e disponibilidade da rede. O município de Belo Horizonte possui a gerência de regulação do acesso hospitalar em seu território.
Importante esclarecer que a oferta e disponibilidade de leitos hospitalares — públicos ou privados contratualizados — é limitada e varia conforme a demanda, o que pode afetar o tempo de resposta, especialmente em casos que exigem atendimento altamente especializado, como este.
No entanto, ressaltamos que a busca por vaga ocorre 24 horas por dia, todos os dias da semana, em unidades do SUS em todo o estado.
PREFEITURA DE OURO PRETO
O Radar procurou a Prefeitura de Ouro Preto e aguarda uma resposta do Município.
SANTA CASA
O site ainda tentou falar na Comunicação da Santa Casa de Ouro Preto, mas quando ligou (por volta das 17h), o setor já estava sem qualquer funcionário.
O Radar reconhece as dificuldades (para se obter respostas) inerentes a um fim de tarde de sexta-feira e está aberto a qualquer manifestação posterior sobre o assunto.
Afirma ainda que dará continuidade ao caso na semana que vem – o quanto antes (até que seja resolvido).
