Como acontece a doação de órgãos: Um ato de solidariedade e esperança
Imagem ilustrativa - Reprodução
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A doação de órgãos é um gesto de solidariedade que salva milhares de vidas todos os anos. No entanto, o processo ainda é cercado de dúvidas e, muitas vezes, de tabus. Entender como ele funciona é essencial para desmistificar o tema e incentivar a participação da sociedade nesse ato de extrema importância.

COMO FUNCIONA O PROCESSO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS?

O processo de doação de órgãos começa com o diagnóstico da morte encefálica, que ocorre quando há a interrupção irreversível das funções cerebrais. Esse diagnóstico precisa ser confirmado por uma equipe médica qualificada, seguindo critérios rigorosos definidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) no Brasil.

Após a confirmação da morte encefálica, a família do potencial doador é consultada. Mesmo que a pessoa tenha expressado em vida o desejo de doar, é fundamental que os familiares estejam de acordo, pois são eles que autorizam formalmente a doação.

Por isso, é tão importante comunicar esse desejo à família.

A LOGÍSTICA DA DOAÇÃO

Uma vez autorizada a doação, uma série de exames é realizada para avaliar a compatibilidade dos órgãos com os potenciais receptores e para garantir que estejam em condições adequadas para transplante.

Os órgãos que podem ser doados incluem coração, rins, fígado, pulmões, pâncreas e intestino, além de tecidos como córneas, pele, ossos e válvulas cardíacas.

A Central de Transplantes, ligada ao Sistema Nacional de Transplantes, é responsável por coordenar a distribuição dos órgãos, garantindo que a alocação seja feita de forma justa e eficiente.

A prioridade é baseada em critérios como compatibilidade, gravidade do estado de saúde do receptor e tempo de espera na fila.

O PAPEL DA SOCIEDADE

Apesar da eficiência do sistema de transplantes no Brasil, que é referência mundial, a doação de órgãos ainda enfrenta desafios. Muitas famílias recusam a doação, principalmente por falta de informação ou medo de mitos envolvendo o processo. Por isso, campanhas de conscientização são fundamentais para esclarecer a população sobre a segurança, transparência e benefícios da doação de órgãos.

Ao doar, uma única pessoa pode salvar até oito vidas e melhorar a qualidade de vida de muitos outros.

COMO SER UM DOADOR DE ÓRGÃOS

No Brasil, não é necessário nenhum registro formal para ser doador. Basta informar à família sobre o desejo de doar, já que eles serão os responsáveis por tomar essa decisão no momento necessário.

A doação de órgãos é um ato de altruísmo que representa esperança para milhares de pessoas que aguardam na fila por um transplante. Ao escolher ser um doador, você pode transformar dor em vida e deixar um legado de solidariedade. Afinal, a doação de órgãos não é apenas um ato médico, mas um gesto de humanidade.

Por que não conversar com sua família sobre isso hoje? A decisão pode salvar vidas.

Dr. Leonardo Silveira
Dr. Leonardo Silveira
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