Na terça (20/5), a Polícia Civil (PC) pediu indiciamento do pastor Marco Aurélio da Silva Aires (de 51 anos), suspeito de cometer crimes sexuais contra fiéis ao longo de duas décadas.
Segundo a PC, ele liderava a Igreja Pentecostal Gideões de Fogo da Última Hora, no bairro Jardim Vitória, em Belo Horizonte. O pastor foi formalmente acusado 6 vezes por estupro, 5 por violência sexual mediante fraude e 2 por importunação sexual.
Conforme os 7 inquéritos concluídos, o suspeito utilizava sua posição religiosa para atrair e manipular as vítimas, mulheres com idades entre 31 e 50 anos. Segundo a delegada Larissa Mascotte, os crimes teriam ocorrido entre 2003 e 2023, mas a 1ª denúncia formal foi registrada em abril deste ano.
“Em todos os casos, ele agia com o modo de execução semelhante, enganando as vítimas. Esse pastor se utilizava da palavra de Deus para praticar os crimes, cometia esses atos nas dependências da igreja, antes ou após os cultos, e também nos momentos de oração”, descreveu a delegada ao relatar que o homem citava versículos bíblicos durante os abusos sexuais e se dizia um ungido de Deus, e que as vítimas não poderiam se opor aos atos sob pena de serem amaldiçoadas.
Ainda, de acordo com a delegada, o investigado usava uma estratégia para não ser punido durante todo esse tempo. “Além de colocar as vítimas umas contra as outras, fazia questão de descredibilizar o comportamento e a vida social dessas mulheres perante a igreja para se manter impune”, disse.
Até o momento, 7 vítimas relataram os abusos à polícia, e durante a apuração dos fatos, ainda foi identificado a prática sexual contra uma adolescente (de 12 anos), filha de uma das vítimas. Uma oitava mulher ficou de formalizar a denúncia.
No curso da investigação, a PC pediu a prisão preventiva do suspeito, que foi intimado e apresentou uma manifestação por meio de advogado de que estaria doente e se manifestaria somente em juízo.