Da Comunicação da Polícia Civil
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em Ouro Preto (Região Central de Minas), concluiu, nesta semana, o inquérito policial que apurou um suposto acidente de trânsito, ocorrido em dezembro de 2022. A investigação apontou, contudo, que se tratou de um feminicídio, em que o veículo foi utilizado como instrumento para matar a vítima, uma mulher de 27 anos. Um homem, de 21, foi indiciado pelo crime.
Entenda o caso
No dia 5 de dezembro do ano passado, a polícia recebeu a informação de que havia ocorrido um acidente com vítima, no km 77 da rodovia BR-356, em Ouro Preto. No local, o veículo foi encontrado no meio da mata, em área de difícil acesso. A mulher estava caída próximo ao automóvel, já morta quando da chegada da equipe médica. O filho da vítima, uma criança de 8 anos, foi socorrido com vida.
O suspeito, motorista do carro, apresentou sintomas de embriaguez, como olhos vermelhos e hálito etílico, sendo convidado a realizar o teste do etilômetro. Foi aferido 0,42 mg/l, configurando crime de trânsito.
Na ocasião, o investigado foi conduzido à Delegacia de Plantão e autuado pelos crimes de embriaguez ao volante, lesão corporal culposa no trânsito e homicídio culposo no trânsito.
No entanto, após levantamentos investigativos realizados pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Ouro Preto, foram obtidos indícios que apontaram não se tratar de um acidente.
Apuração
A PCMG apurou que, devido a uma discussão com a vítima – uma vez que esta desejava dormir em sua casa e o investigado queria que ela dormisse na residência dele – o homem teria acelerado deliberadamente o veículo em direção a uma ribanceira, após ter anunciado que mataria todos os que estavam no carro. O filho da vítima conseguiu saltar do automóvel antes da colisão fatal e sobreviveu.
Ao final das investigações, o homem foi indiciado por feminicídio, tentativa de homicídio em relação à criança e embriaguez ao volante. O inquérito policial será encaminhado à Justiça para o prosseguimento da persecução penal.