A Prefeitura de Ouro Preto formalizou, na última quinta (6/12), um convênio com a Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM) para a restauração do Casarão do Vira Saia, localizado na Ladeira do Santa Efigênia, no bairro Antônio Dias.
O acordo, assinado em Salvador, prevê um investimento de R$ 1,3 milhão para o restauro e requalificação do imóvel histórico. O espaço será transformado em um centro que integra cultura, arte e educação.
Além das obras de recuperação, o projeto inclui a criação de um Centro de Interpretação Cultural e Turismo, que oferecerá uma nova abordagem para visitantes ao promover experiências interativas com a história local. A iniciativa busca resgatar a conexão entre o público e o patrimônio histórico, transformando o casarão em um espaço de aprendizado e vivência cultural.
A assinatura do termo ocorreu durante o 11º Encontro Brasileiro das Cidades Históricas, Turísticas e Patrimônio Mundial, com a participação do prefeito Angelo Oswaldo. Ele destacou a relevância do projeto para o município. “Mais um ponto positivo para o bairro Antônio Dias, mais uma grande conquista cultural para Ouro Preto, que dá força, vida e alma à ação cultural da cidade”, afirmou.
História e memória
O Casarão do Vira Saia, que enfrentava um avançado estado de deterioração, começou a receber atenção da gestão municipal em 2021, quando foi iniciado o processo jurídico para análise de interesse público no imóvel. Em 2022, a Prefeitura oficializou a desapropriação, um passo fundamental para viabilizar a restauração.
Datado do século XVII, o Casarão do Vira Saia é um testemunho das transformações do Ciclo do Ouro. Ele também guarda a memória de Antônio Francisco Alves, conhecido como “Vira Saia”, uma figura histórica de Ouro Preto apelidada de “Robin Hood” local. Durante o século XVIII, ele interceptava o ouro destinado à Coroa Portuguesa, utilizando a imagem de uma santa em seu oratório para indicar os trajetos do material.