Ouro Preto (MG) – Continuam as obras (que tiveram início em novembro de 2024) de restauração do Terminal Ferroviário de Engenheiro Corrêa, que o transformará num espaço de convivência e cultura. Os trabalhos têm patrocínio master do Grupo Herculano e patrocínio da J. Mendes.
A princípio foi realizada uma limpeza geral do local e seus arredores devido ao estado de abandono e depredação em que o edifício se encontrava, por estar a mais de 50 anos sem atividade. Depois foi cercado o perímetro das obras.
De acordo com Gilson Antunes, da Holofote, empresa gestora da obra, foi necessário realizar uma cobertura provisória e escoramento das paredes, que foram de suma importância para evitar que a estação caísse no período de fortes chuvas de dezembro. “A execução de uma cobertura provisória garantiu que os serviços não parassem durante o período de chuva e também a proteção da edificação. Como medida de segurança, a estrutura não está diretamente apoiada na estrutura da estação, e será removida no momento da reconstrução do telhado”, explicou.
Em sequência, foi realizado o escoramento da estação para garantir que as paredes não cedam durante as escavações para o reforço estrutural da fundação.
Segundo o arquiteto Bruno Ferreira, “é preciso escorar todas as paredes para que elas não cedam e caiam durante as escavações que serão feitas. O próprio ato de escavar já pode causar abalos na estrutura, vibração etc. Então esses escoramentos garantem que tudo vai ficar de pé até terminarem os reforços estruturais”.
Wanderson Gomes, gerente de Cultura da Prefeitura de Ouro Preto disse que “o projeto de restauração foi elaborado pela Prefeitura, através do Fundo Municipal de Preservação. Atualmente, estão sendo realizadas as obras de reestruturação e recuperação, com a inserção de novas estruturas no edifício. O próximo passo será a construção e instalação do novo telhado da estação”.
HISTÓRIA
A Estação de Engenheiro Corrêa foi inaugurada no ano de 1896. Sob o projeto denominado Estrada de Ferro D. Pedro II, iniciado em 1855, tinha a intenção de unir o Rio de Janeiro a Belém do Pará, através de vias ferroviárias e com isso ligar as províncias de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro às demais regiões do império.
Após a Proclamação da República, o projeto teve seu nome alterado para Estrada de Ferro Central do Brasil. A “Estação Sardinha”, assim como o distrito que brotou ao seu redor, passou a ser chamada de “Engenheiro Corrêa” em homenagem a Manoel Francisco Corrêa Júnior, funcionário da Central do Brasil que morreu em um desastre no km 514 da ferrovia.
