Para ajudar no tratamento de Nathan (que não se resume ao caro medicamento), qualquer valor pode ser doado por meio do Pix: (31) 9 9596-6299.
Desde quinta-feira (12/5), o pequeno Nathan, de apenas 2 anos de idade, está internado pela 4ª vez só neste ano. O motivo é sempre o mesmo: “receber transfusão de plasma, por não possuir em casa medicação diária Ceprotin”, informou o relatório médico do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, onde a criança está, emitido na última sexta-feira (13/5).
O caso de Nathan é conhecido na Região dos Inconfidentes (Minas Gerais), onde fica Ouro Preto, terra em que mora a criança. Desde que nasceu, o pequeno guerreiro luta para sobreviver. Nathan foi diagnosticado com púrpura fulminante – doença rara, muitas vezes fatal, que faz com que vasos sanguíneos coagulem dentro da pele, por deficiência de proteína C. Por causa disso, Nathan precisa do “Ceprotin – proteína C humana” (medicamento citado no relatório), que tem um preço alto: cerca de R$ 250 mil mensais.
Kelly Aparecida Xavier Jesus de Paula (36 anos), a mãe Nathan, neste momento, está com seu filho no hospital. Ela procurou todos os recursos possíveis (Justiça, Estado, União, OAB etc) para que Nathan pudesse receber a medicação conforme, inclusive, determina sentença judicial. “Era para o medicamento ter chegado entre 9 e 10 de maio. O remédio está pago. O pessoal da Defensoria Pública da União conseguiu que o dinheiro fosse disponibilizado. Já está depositado. Não sei porque a importadora não entregou o medicamento. Toda vez que eu ligo para lá (para importadora) é uma informação diferente”, disse ela ao Radar Geral.
A situação de Nathan é cada vez mais complicada: quatro internações neste ano e mais de 10 em 2021. O excesso de transfusão, que se dá toda a vez que falta a medicação (e sempre falta), pode custar uma vida. “Foi um custo para achar o acesso (para a fazer a transfusão). Nathan não tem condições de receber plasma por falta de acesso. Já recebi a informação de que posso perder meu filho por ele não poder receber mais o plasma (…). Já chorei muito, estou desesperada”, disse Kelly.
Outro relatório médico do Hospital das Clínicas, expedido na noite de ontem (14/5), confirma as declarações da mãe. “Devido à dificuldade de punção de acesso periférico e à perda frequente desses acessos, (o paciente) necessitou novamente de punção de acesso venoso central hoje (14/5/2022). Declaro ainda que o paciente já necessitou de cerca de 30 punções de acesso venoso central desde o início do tratamento, tornando o ato tecnicamente mais difícil progressivamente”, informou o documento.
A empresa
O Radar Geral fez contato pelo telefone na tarde de ontem (14/5) com um representante da empresa que (segundo Kelly) é a responsável pela importação do medicamento.
O homem que atendeu a ligação se mostrou irritado por estar sendo questionado em um sábado. “O problema é você ligar na tarde de sábado para uma empresa particular para tratar desse assunto (…). Você tem de procurar os órgãos públicos competentes”, disse ele à reportagem.
Diante a insistência do Radar, o representante desligou o telefone.
Problemas não param
Nathan é ainda cardíaco e hipertenso. O menino já perdeu uma visão, teve trombose nos dois pés, no lado direito do coração e na cabeça devido à doença. Ou seja, as despesas com o pequeno Nathan não se resumem ao caro medicamento.
Campanha de doação
Uma campanha de arrecadação para ajudar no tratamento de Nathan está sendo feita. Qualquer valor pode ser doado por meio do Pix: (31) 9 9596-6299.
Nota da Redação
Esta é a terceira matéria que o Radar Geral faz sobre Nathan. A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais e a Defensoria Pública da União já foram ouvidas pela reportagem.
Na segunda-feira pela manhã, o Radar procurará a empresa novamente. Trata-se de uma situação tão emergencial que “horário comercial” ou “horário de atendimento” deveria ser mero detalhe.