Itabirito (Região Central de Minas) – Nesta segunda-feira (28/3), professores da rede estadual de ensino fizeram uma manifestação na Câmara Municipal. Eles pedem que os vereadores os ajudem a convencer os deputados estaduais sobre as reivindicações da categoria (em greve há 20 dias).
Segundo eles, o último reajuste foi em 2016. São reivindicados 33,24% de reajuste salarial tendo como base o piso nacional da categoria (Lei Federal 11.738 de 2008) e a Lei Estadual 21.710 de 2015 (que define que o piso deve ser pago mediante jornada de 24h). Contudo, o Governo do Estado de Minas está oferecendo 10,6% de reajuste.
Com base em informações dos grevistas, os auxiliares de serviços da educação, por exemplo, estão ganhando um salário mínimo e tiveram de repor os dias parados por causa da pandemia. “Estão sobrecarregados”, informaram.
Números
De acordo com os manifestantes, tendo em vista as perdas salariais e o piso nacional (piso esse que teve reajuste de 33,24% neste ano), o professor da rede pública de Minas Gerais deveria receber, por 16 horas/aula, R$ 3.845 (remuneração bruta). Atualmente, ganham R$ 2.100. Com o reajuste reivindicado nesta greve, eles receberiam R$ 2.900 (ou seja, segundo eles, as reivindicações ainda estão aquém dos seus direitos).
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), responsável pela greve, afirma que 90% das escolas de Minas aderiram ao movimento.
Justiça
O desembargador Raimundo Messias Júnior rejeitou pedido protocolado pelo Sind-UTE/MG de suspensão da liminar favorável ao Governo do Estado.
Isso quer dizer que a greve dos professores da rede estadual de Minas Gerais (que começou em 9 de março) segue irregular perante a Justiça.
Situação das escolas estaduais de Itabirito
Raul Soares – A secretaria e o pessoal da limpeza estão trabalhando. Há somente uma turma do 4º ano em funcionamento.
Professor Tibúrcio, Henrique Michel, Engenheiro Queiroz Júnior e Intendente Câmara – Somente as secretarias e os serviços de limpeza estão funcionando.
Câmara
O presidente vereador Arnaldo Pereira dos Santos (MDB) disse que a Câmara de Itabirito fará o “dever de casa” e enviará uma carta de apoio às reivindicações, assinada pelos vereadores de Itabirito, destinada à Presidência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
“Quando a gente vê o preparo de um professor que vem a essa tribuna com facilidade de expor a sua dor, o seu sofrimento, acima de tudo a sua luta, nós temos a certeza de que nossos filhos estão em boas mãos”, disse Arnaldo referindo-se ao professor Patrick Vitaliano Carvalho Morenghi, que usou a Tribuna da Câmara para expor os motivos da greve.