Brumadinho: passagens inferiores e superiores para fauna possibilitam a travessia segura de animais
O esquilo pertence a uma grande família de mamíferos roedores, de pequeno e médio porte, conhecida como Sciuridae - Foto: Vale/Divulgação
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Em Brumadinho (na Grande BH), a instalação de redutores de velocidade, placas educativas, passagens inferiores (em forma de túneis) e superiores de fauna estão possibilitando a travessia segura de animais e a reconexão de áreas ambientais que foram impactadas pelo rompimento da barragem em Brumadinho – que aconteceu em 25 de janeiro de 2019.

O estudo de monitoramento da fauna atropelada e ações de mitigação de impacto faz parte do Plano de Controle Ambiental para implantação das obras de reparação no território de Brumadinho e do Plano de Reparação Socioambiental, integrante do Acordo de Reparação Integral assinado em 2021 pela Vale, pelo Governo do Estado de Minas Gerais, pelos Ministérios Públicos Federal e do Estado de Minas Gerais, e pela Defensoria Pública de Minas Gerais.

“Atropelômetro”

Dados do “atropelômetro” do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), com sede na Universidade Federal de Lavras (Ufla), indicam que a cada segundo, 17 animais silvestres morrem atropelados no país. 

O Sudeste é a região com o maior número, cerca de 56%. Estima-se que em Minas Gerais, somente em 2022, mais de 20 mil animais de pequeno, médio e grande porte foram atropelados. ​

Mais sobre as ações em Brumadinho

Ao todo foram instaladas 10 passagens inferiores de fauna, túneis, e 20 passagens superiores ao longo de 60 km, o que possibilita a travessia segura dos animais.

Dupla de gatos-do-mato observando uma das passagens, túneis, utilizadas pela fauna – Foto: Vale/Divulgação

As estruturas são monitoradas por câmeras especiais que registraram ao longo dos últimos meses a utilização de diversas espécies silvestres como gato-do-mato, paca, cachorro-do-mato, saguis, esquilos, macacos-sauá, mão-pelada, onça-parda, entre outras espécies.

Essas estruturas permitem manter a conectividade dos hábitats das espécies, conservar a biodiversidade, além de garantir a segurança de animais e usuários estradas. Entre setembro de 2021 e fevereiro deste ano, 8.162 animais foram registrados. Todas as atividades de monitoramento são frequentemente acompanhadas pelos órgãos ambientais competentes.

“Vida noturna”

A maioria dos atropelamentos de fauna acontece à noite, por causa de hábitos noturnos de muitas espécies e a falta de visibilidade do motorista.

Como cada espécie tem um padrão próprio de comportamento, há vários tipos de passagens. Algumas exigem estruturas de vias aéreas, outras subterrâneas, outras atravessam locais com a presença de água, árvores, entre outros. “As passagens de fauna estão possibilitando a travessia dos animais por baixo ou por cima das estradas e possibilitando a reconexão de ambientais florestais impactadas pelo rompimento”, explica Gustav Specht, analista ambiental da Vale.

A Paca, Cuniculus paca, é um importante dispensor de sementes – Foto: Vale/Divulgação

Gustav ainda ressalta que a presença de animais de diferentes níveis da cadeia alimentar é um forte indicativo que esses locais já estão desempenhando serviços ecológicos importantes, como a dispersão de sementes, a polinização, a fertilização de solo por meio de fezes etc. “Com o passar do tempo, as áreas em processo de recuperação formam uma espécie de corredor verde e ampliam as áreas florestadas que abrigam todo tipo de animal de Brumadinho e região”, diz.

Recuperação e avanços ambientais

Para a recuperação ambiental da área impactada pelo rompimento acontecer, o primeiro passo é a remoção dos rejeitos, atividade fundamental para apoiar as buscas realizadas pelo Corpo de Bombeiros. Somente após a liberação das áreas pelo CBMMG o trabalho é iniciado, já que a busca pelas pessoas desaparecidas é prioridade máxima desde o rompimento.

Até o momento, estão em processo de recuperação ambiental 42 hectares, incluindo parte da área diretamente impactada e áreas protegidas do entorno, com o plantio de aproximadamente 55 mil mudas de espécies nativas da região. Essa área equivale a 42 campos de futebol. Nesse processo de recuperação também está sendo feita a renaturalização de ambientes, incluindo a recuperação dos cursos d’água (ribeirão e córregos) e áreas úmidas impactadas.

Em tempo: 270 pessoas morreram com o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão. Até momento, 267 foram identificadas. Três vítimas seguem desaparecidas.

Matéria feita com base em texto enviado pela Comunicação da Vale.

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