Pescadores de rios e mares do estado do Espírito Santo (ES) afirmam que animais aquáticos como tartarugas, peixes e ostras, estão com deformidades e doenças. Eles acreditam que o fato esteja relacionado ao rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG) – ocorrido em novembro de 2015 e que lançou toneladas de lama no Rio Doce.
Segundo o site Metrópoles, alguns animais estão com úlceras na cabeça e nadadeiras, e muitos exalam mau cheiro, uma situação que não era comum antes do desastre ambiental.
Os relatos dos pescadores vão ao enccontro dos resultados de um estudo do Programa de Monitoramento da Biodiversidade Aquática (PMBA), que identificou pela primeira vez a presença de metais tóxicos provenientes do rompimento da barragem em diversas espécies, incluindo tartarugas e baleias, no estuário (onde a água doce e a água salgada se misturam) do Rio Doce e na costa capixaba. Metais foram detectados em 15 espécies diferentes, afetando animais em vários níveis da cadeia alimentar.
O estudo, que faz parte do 5º relatório anual sobre os ecossistemas aquáticos da região, revelou que a contaminação por metais também está presente em aves e golfinhos toninhas, e mostrou que a lama de rejeitos ainda pode ser encontrada tanto no rio quanto no mar, quase nove anos após o desastre.
A situação também impacta diretamente a atividade pesqueira local. Segundo pescadores, há uma crescente resistência dos consumidores em comprar pescado da região devido ao medo de contaminação. A pesca permanece proibida em determinadas áreas da costa capixaba desde 2016, e a comercialização de peixes dessas regiões também está vetada pela Anvisa.
Matéria feita com base em informações do site Metrópoles.