Mariana (Região Central de Minas) – A Fundação Renova já pagou quase R$ 2 milhões a Philip Neves Machado, um falso frei que burlou seu currículo para poder realizar perícias, determinadas pela Justiça, no entrave da reparação para os atingidos pela barragem de Fundão em 2015. A informação é da Rádio Itatiaia.
Machado foi nomeado em 2022 como perito socioeconômico juntamente com as comunidades da Bacia do Rio Doce para poder realizar relatórios à 12° Vara Federal Cível de Belo Horizonte.
O currículo que Philip apresentou para a vaga de perito afirma que ele é doutor em Geopolítica e Conflitos Internacionais pela Pontifícia Universidade Gregoriana, na Itália. Porém, essa universidade não oferece o curso em questão. Além disso, ele também mentiu sobre ser consultor internacional da ONU (Organização das Nações Unidas) e da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Porém, em resposta para a Itatiaia, os dois órgãos negaram tal afirmação.
A reportagem da Itatiaia fez contato com Igreja Católica e ninguém confirmou que Phillip Machado já atuou como religioso. Sobre o título de frei, a Arquidiocese de Mariana e também a de Belo Horizonte negaram que ele tenha o termo de uso (permissão para se identificar como frei ou frade).
A falsificação de currículo para a nomeação como perito judicial pode configurar crime de falsificação de documento público, documento particular e falsidade ideológica.
Ainda segundo a Itatiaia, a BHP Billinton – responsável pela Fundação Renova – nega que tenha indicado o frei para o cargo de perito e que o juiz anterior responsável pelo caso, Mário de Paula Franco Júnior, foi quem escolheu Philip para ser o novo encarregado da perícia em Mariana.
O juiz Mário Júnior também foi contatado pela rádio, porém não pode comentar sobre o processo judicial que está em andamento
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