Mariana: ação pede indenização de R$ 3,6 bilhões a mulheres atingidas no caso Samarco
Milhares de pessoas ficaram desabrigadas após rompimento da barragem - Foto: MPMG
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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) na 4ª Vara Federal de Belo Horizonte, que responsabilizar as empresas por danos sofridos pelas mulheres durante o processo de reparação após o rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em 5 de novembro de 2015.

Relatórios e documentos apresentados à Justiça acredita que o processo de reparação conduzido pela Samarco, Vale e BHP Billiton, e executado pela Fundação Renova, desrespeitou o princípio da igualdade material.

Também participaram da ACP, o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), a Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES) e a Defensoria Pública da União (DPU).

Segundo o MPMG, os documentos anexados à ação demonstram que as mulheres foram invisibilizadas e prejudicadas por violações de direitos humanos durante o cadastramento e o processo de reparação. A ação destaca a falta de integração das iniciativas de reparação com as políticas públicas de atendimento à mulher e a exclusão das atividades laborativas femininas na matriz de danos.

Entre as exigências estão o pagamento solidário de indenizações de no mínimo R$ 135.552,00 por danos materiais e R$ 36 mil por danos morais a cada mulher afetada, além de R$ 3,6 bilhões por danos morais coletivos. A ação também critica a utilização do conceito de família patriarcal pela Fundação Renova, que gerou dificuldades para as mulheres acessarem seus dados pessoais e corrigirem informações incorretas sem autorização dos maridos.

Relatórios da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelam que a sobrecarga doméstica aumentou, contribuindo para conflitos familiares e problemas de saúde mental, incluindo tentativas de suicídio. “Dos 154 casos relacionados à saúde mental, 71,4% informam problemas de sobrecarga doméstica, muitas vezes associados ao desenvolvimento de doenças mentais, como a depressão”, aponta o documento.

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