Cachoeira do Brumado, em Mariana, tem protesto contra Renova pela demora nas indenizações
Protesto em Cachoeira do Brumado - Foto: Radar Geral
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Mariana (Região Central de Minas Gerais) – Nesta quarta-feira (15/3), moradores do distrito de Cachoeira do Brumado fizeram um protesto contra a Fundação Renova pelo atraso nas indenizações referentes ao rompimento da barragem de Fundão, que aconteceu em 2015.

O ato começou às 4h30 paralisando a MG-129. Por volta das 8h, os manifestantes foram até o Centro de Mariana e protestaram em frente à sede da Renova.

O protesto foi organizado por três entidades: Sindicato dos artesãos de Cachoeira do Brumado e região, Comissão Cachoeira Viva e Associação dos Artesãos de Cachoeira do Brumado.

Apesar de não ter sido atingido diretamente pelo rompimento da barragem, Cachoeira do Brumado teve uma drástica diminuição das vendas de artesanatos porque muitos compradores deixaram de visitar a localidade.

A manifestação se deu na porta da fundação porque a Renova foi criada para reparar (e compensar) os danos causados aos afetados pelo rompimento.

Manifestação pede indenização – Foto: Reprodução
Renova recebe manifestantes

A Fundação recebeu os manifestantes e conversou com eles.

Flávio, um dos representante da Comissão Cachoeira Viva, comentou que as pessoas que não são da comunidade estão recebendo a indenização e os artesãos ainda não receberam nada.

No final do ano de 2022, moradores e as entidades estavam negociando com a Renova sobre uma possível indenização, porém essas negociações foram rompidas pela empresa.

O que foi pedido pelos moradores

Muitos moradores do distrito viviam do artesanato e de trabalhos manuais. Após o rompimento, o artesanato foi prejudicado e os habitantes não conseguiam mais viver de sua mão de obra.

Uma das reivindicações é que seja pago o Auxílio Financeiro Emergencial (AFE) para os artesãos e moradores da região.

Nilton, nascido e criado em Cachoeira do Brumado, trabalhava com venda de sabão e sabonetes artesanais, ele relatou ao Radar Geral que, antes do rompimento, turistas e moradores de cidades próximas iam até a cidade comprar seus produtos. Após o rompimento, Nilton afirmou que houve uma queda de mais de 50% nas vendas e ele precisou ir até as cidades vizinhas para vender sua mercadoria.

Além do auxílio, também foi solicitado pelos moradores:

– Reparação social coletiva, com aprovação e execução do Projeto Cachoeira Viva, de conhecimento da Fundação Renova e Município de Mariana;

– Reavaliação do valor pago aos artesãos, quando comparado ao valor pago aos faiscadores.

O que diz a Fundação Renova

Ainda segundo o representante da Comissão Cachoeira Viva, Flávio, em reunião com  a Renova, a empresa afirmou que até sexta-feira (17/3), trará uma resposta sobre a reivindicação dos moradores de Cachoeira do Brumado.

Caso a empresa não se manifeste sobre o ocorrido, os grupos e os moradores do distrito e região irão protestar. novamente.

Nota da Renova

Em nota divulgada pela Rádio Itatiaia, a Renova informou:

A sentença judicial que implementou o Sistema Indenizatório Simplificado (Novel) no município de Mariana (MG) alcança todo o seu território. As indenizações individuais do Novel seguem critérios próprios e devem ser comprovadas de acordo com a matriz de danos, cabendo à Fundação Renova aplicar o que foi estabelecido pela Justiça.

Há requerimentos que estão sob responsabilidade da Fundação, outros sob a tutela dos advogados, e há casos sob análise do perito designado pela Justiça, quando há recurso.

Até janeiro de 2023 foram indenizadas mais de 410,8 mil pessoas, com pagamento de R$ 13,7 bilhões em indenizações e Auxílios Financeiros Emergenciais em Minas Gerais e no Espírito Santo”.

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