O secretário de Segurança e Trânsito da Prefeitura de Itabirito (Região Central de Minas) anunciou, na última segunda-feira (27/9), que até o fim deste ano serão instaladas de 160 a 180 câmeras de segurança instaladas em 30 postes do município.
“Cada poste terá de cinco a seis câmeras. São quatro câmeras fixas; uma câmera para leitura de placas – para verificar se o veículo é roubado, furtado ou suspeito; e uma câmera ‘speed dome’, que foca, dá zoom, gira, ou seja, consegue mudar o ângulo da filmagem. Serão 30 totens espalhados pela cidade, inclusive, em Acuruí e São Gonçalo do Bação”, disse Pataro em entrevista ao Radar Geral.
Segundo o secretário, os locais a serem instaladas as câmeras estão em análise. O custo será de cerca de R$ 1 milhão por ano – uma vez que os equipamentos serão locados.
Alguns dos locais já escolhidos são: em frente à Prefeitura, em pontos da Avenida Queiroz Júnior, área de bancos e de praças, locais com índice de criminalidade – como a praça do bairro Praia e na Rua Engenheiro Simão Lacerda (próximo ao bairro Padre Eustáquio).
De acordo com Pataro, o sistema é antivandalismo, com alarme, e estará ligado à sede da Guarda Civil Municipal (para onde serão enviadas as imagens).
Questionamentos dos vereadores
A fala do secretário se deu durante reunião ordinária da Câmara. Pataro e o coordenador adjunto da Brigada Municipal, sargento Edivandro, atendendo a requerimento da Casa Legislativa, responderam a questionamentos dos vereadores. O primeiro a fazer uso da palavra foi o militar.
Sargento Edivando se emociona durante reunião da Câmara ao prestar continência em homenagem ao 2º sargento do Corpo de Bombeiros Militar de MG, Carlos Roberto da Silva, que morreu na tarde de 22/9, durante combate a incêndio florestal em Arinos (MG). “Tantos outros bombeiros perdem a vida em combate”, disse. Foto – Comunicação da Câmara de Itabirito
Incêndios em Itabirito
Segundo o sargento Edivandro, a Brigada Municipal atendeu, ao todo, desde janeiro, 1.824 ocorrências neste ano. Muitas relacionadas a incêndios – situação que sobrecarrega a Brigada. “Achávamos que por causa da Covid, os focos de incêndio diminuiriam, mas isso infelizmente não aconteceu (…). Se tivéssemos mais 50 brigadistas, teríamos trabalho para todos”, afirmou.
Brigada das mineradoras
Questionado sobre como as mineradoras podem aprimorar suas brigadas para dividir com o Município a responsabilidade de combate a incêndios florestais, o sargento Edivandro sugeriu a feitura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre Prefeitura e mineradoras com esse objetivo.
Principal preocupação da Brigada
O militar disse que a maior preocupação da Brigada hoje são as incertezas de permanência ou não dos combatentes que trabalham por meio de contrato e que podem perder o cargo caso não sejam aprovados (ou não estejam dentro de especificações de idade) do próximo concurso público.
São 16 brigadistas nessa situação. Há contratado que tem, por exemplo, 22 anos de experiência. De acordo com o coordenador, deve-se levar em conta os investimentos feitos pelo Município em capacitações durante todos esses anos.
“O que mais preocupa a Brigada Municipal é o concurso público. É preciso decidir a vida do pessoal que está trabalhando com a gente. A Brigada Municipal não é cabide de emprego. Quem está lá é porque gosta do que faz (…). Que esse concurso público não afete quem já se dedica, quem já trabalha. Todos que passaram pela Brigada, sem exceção, deixaram uma contribuição. Isso porque com a perspectiva de concurso público, esses contratados podem vir a deixar a Brigada”, lamentou.
Resposta do secretário
Em sua fala, o secretário Antônio Pataro disse que o Ministério Público considerou irregular a efetivação dos brigadistas contratados feita (em gestão anterior) em Itabirito. “Concurso público é a regra. Contrato temporário é exceção. Não estou aqui para vender ilusão, falei isso quando assumi a secretaria. Para ir para Brigada, há duas formas: fazer um concurso para Guarda Municipal ou, pelo convênio, qualquer servidor público (efetivo ou contratado) pode ser brigadista (…). É uma pena, um amigo de 22 anos de Brigada perder a vaga, mas é uma decisão a ser tomada entre Prefeitura e Ministério Público”, afirmou.
Taxistas
Durante as perguntas feitas ao secretário, foi abordada a situação dos taxistas de Itabirito, mais especificamente sobre as exigências em edital para que um veículo a ser usado como táxi esteja dentro dos critérios legais.
Para o secretário, o edital (com validade de 20 anos, prorrogáveis por mais 20 anos) que exige motor no mínimo 1.4, por exemplo, é questionável. Segundo ele, carro 1.0 turbo moderno tem desempenho melhor que 1.4 ou 1.6. Ele ventilou a possibilidade de flexibilização das regras do edital, mas disse que isso depende do jurídico da Prefeitura.
Gutierrez
Tendo como base reclamações de moradores do Gutierrez quanto aos atrasos de ônibus no local, o secretário disse que adaptações no trajeto do ônibus foram feitas e já nesta semana os usuários perceberão diferença de até 20 min. “O ônibus passará a rodar com mais rapidez”, garantiu.
Investimentos na Brigada
Segundo o secretário, uma tesoura (combinada à bateria) de R$ 93 mil para retirar vítimas presas às ferragens (verba de emenda impositiva indicada por vereadores) já está em processo de licitação.
Além da tesoura, há um colchão pneumático (para levantar automóveis) e “inúmeros outros equipamentos para a Brigada já estão sendo cotados e ficarão entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão. Parte do material chegará este ano e o restante, no ano que vem”, afirmou.
Caminhão
Pataro falou também a respeito de um caminhão, ano 2010, que foi doado pelo Corpo de Bombeiros Militar para a Brigada de Itabirito. Para os militares, o veículo não mais tinha serventia (estava “baixado”). “Com recursos da Prefeitura, está sendo feito conserto na turbina e na parte elétrica. Em 15 dias, deve estar pronto”, afirmou.
Secretário deve voltar na próxima reunião
Foram diversos outros assuntos tratados com o secretário. Já passava das 23h e a sessão estava sendo encerrada sem que todos os vereadores interessados pudessem fazer seus questionamentos.
Sendo assim, atendendo um requerimento verbal do vereador Renê Butekus (PSD) e autorizado pelo presidente Léo do Social (PSDB), o secretário se dispôs voltar na próxima sessão ordinária de segunda-feira (4/10).
