Marina de Souza Pimentel Campos procurou o Radar Geral para relatar que denunciou ao Ministério Público (MP) o que, segundo ela, foi uma negligência no atendimento feito pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itabirito (MG) ao filho dela: Henrique (de apenas 2 meses).
O pequeno foi levado à unidade de urgência e emergência no dia 20 de outubro. Isso porque a criança apresentava sintomas de gripe. O bebê, então, ficou na unidade sob observação.
Durante o atendimento, a equipe realizou exames de sangue, raios X, PCR e glicose, além de colocar uma máscara de oxigênio na criança. Uma possível baixa de glicose foi identificada pelo médico – sendo administrada justamente glicose para houvesse a correção.
A mãe ainda afirmou que na UPA a criança foi dignosticada com “infiltração no pulmão”.
Algumas horas depois, Marina foi orientada a esperar fora da sala. Ela aguardou por aproximadamente 4 horas sem receber informação sobre o estado do filho. Mais tarde, foi surpreendida quando viu seu bebê sendo transferido (segundo ela, em coma) pela equipe do Samu. Ele foi levado para o Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte.
Na capital, a criança foi imediatamente encaminhada ao CTI. Mas antes os médicos de BH constataram um inchaço no cérebro do pequeno e decidiram entubá-lo. Identificaram ainda um segundo inchaço na garganta (durante a entubação da criança em BH) atribuído às tentativas de entubação “sem sedação” (segundo denúncia feita pela mãe ao MP) – o que teria dificultado a respiração do bebê.
De acordo com a família, os médicos do João Paulo II informaram que Henrique apresentava sinais de intoxicação por medicação que teria sido administrada em Itabirito – situação que teria provocado as convulsões e o levado ao coma.
A criança, então, ficou nove dias no CTI e três dias na enfermaria, com sonda, pois não tinha força para fazer a sucção, seja pelo peito ou pela mamadeira. O diagnóstico final foi de que ele tinha apenas uma gripe comum e deficiência de sódio e potássio.
RELATO DA MÃE
“Meu filho precisava apenas repor sódio e potássio. Não souberam analisar o hemograma, e eu não tive acesso a esse exame. Infelizmente, Henrique entrou em coma por dosagem de medicamento indevido e algumas tentativas de entubação, mas nada disso foi apresentado no laudo que a UPA me passou”, disse ela inconformada.
A genitora ainda afirmou ao Radar que o bebê não possuía problemas de saúde, mas agora está recebendo tratamento neurológico, acompanhamento fonoaudiológico, terapia ocupacional e medicação anticonvulsiva para evitar possíveis sequelas.
“Eu quase o perdi por negligência, incompetência e falta de empatia com o próximo. Médico que não é pediatra, auxiliares de enfermagem que não conseguiram ‘pegar uma veia’ do bebê. Para se ter uma ideia, a médica do Samu chegou e conseguiu ‘pegar a veia’ na hora. Meu filho sofreu demais, eu estou sofrendo demais com tudo isso”, relatou.
Marina ainda denuncia que no laudo médico repassado a ela pela UPA consta que não foram feitos procedimentos
OUTRO LADO
O Radar Geral procurou a Prefeitura de Itabirito. Em nota, a administração respondeu que “o caso está sendo apurado pela Secretaria de Saúde para garantir que todas as partes envolvidas sejam ouvidas”.
“A Prefeitura destaca ainda que, tão logo todos os fatos sejam esclarecidos, irá se pronunciar e responder aos questionamentos”, afirmou.