Trabalhadores da CMP, empreiteira da Vale, reivindicam melhorias
Trabalhadores em manifestação na manhã de hoje (3/8) no bairro Praia - Foto: Radar Geral
Compartilhe:

Matéria atualizada às 16h15 de 3/8/2023 com a acréscimo da nota da Vale.

Itabirito (Região Central de Minas) – Na manhã desta quinta-feira (3/8), dezenas de trabalhadores do Grupo CMP Engenharia e Construção, que presta serviço para a Vale, na Mina de Capanema (em Ouro Preto) fizeram uma manifestação no bairro Praia, em frente a uma unidade da empresa.

Entre outras reivindicações, eles pedem aumento salarial, hora extra de 100%, que o sábado e domingo não sejam inclusos no tempo da “baixada” (dias que o trabalhador, que vem de fora, tem para visitar sua família), melhoria na ajuda de custo para a viagem e recebimento de periculosidade para eletricistas.

Outra reivindicação é um dia de folga na semana para os trabalhadores de Itabirito. Isso para eles possam resolver problemas pessoais (uma vez que não têm baixada) sem precisar de “apresentar atestado”.

Há também reclamações com relação aos horários dos ônibus que pegam os trabalhadores: hora que o veículo chega à empresa, hora de bater o cartão de ponto (eles não podem chegar e bater assim que o coletivo chega à firma, têm de esperar alguns minutos).

Em depoimento ao Radar Geral, os manifestantes disseram que a marmita diária vem com excesso de água e, algumas vezes, sem carne. Para eles, seria melhor se fosse dado um vale-refeição.

Inclusive, ainda de acordo com eles, trabalhadores que moram em Itabirito recebem vale de R$ 170 (valor aquém do justo na opinião deles).

Outro lado

Os trabalhadores disseram ao Radar Geral que estão reivindicando há sete meses. Contudo, o mestre de obras, Odair Alves, afirma que as reivindicações começaram há pouco tempo.

Segundo Odair, os anseios dos trabalhadores devem ser colocados de maneira formal, via sindicato. Sugeriu que uma comissão de sete trabalhadores fosse formada para negociar com a empresa sempre por meio do sindicato.

Ele garante que o Grupo CMP está aberto a conversar. Afirmou que os trabalhadores recebem salário e benefícios de acordo com as convenções de cada categoria. “A gente trabalha para a Vale, tudo tem de estar correto”, garantiu.

Comparações

Ao Radar Geral, os trabalhadores da CMP informaram, a título de comparação, que na SK (outra empresa que trabalha para a Vale) um pedreiro ganha R$ 2.232 de salário, R$ 1.100 de vale-alimentação, R$ 450 de vale-refeição e hora extra de 100%.

Já na CMP, o mesmo profissional recebe R$ 1.786, hora extra de 60% e, quando é de outra cidade, recebe marmita. Já quando é de Itabirito, ganha vale de R$ 170.

Salário

Os trabalhadores aguardam posicionamento da empresa para negociar melhorias nos vencimentos e, assim, discutir porcentagem.

Segundo eles, um apontador ganha R$ 1.481; ajudante recebe R$ 1.381; e eletricista, R$ 2.800 (sem periculosidade). De acordo com os manifestantes, esses valores não são equivalentes aos pagos por outras empresas da região.  

Sindicato

Representantes do sindicato, no fim da manhã desta quarta, estavam sendo aguardados para conversar com os trabalhadores. Por sua vez, representantes da sede da CMP também estavam para chegar.

De acordo com os trabalhadores, a paralisação de hoje teve adesão de 70%. Além dos pedreiros, também participaram do movimento: armadores, carpinteiros, apontadores, ajudantes, eletricistas etc.    

Vale

Em nota, “a Vale esclarece que cumpre suas obrigações enquanto contratante e mantém um diálogo constante com as empresas contratadas, reiterando o compromisso de fiscalizar as atividades para que estejam em conformidade com a legislação brasileira e o contrato firmado”.

Compartilhe: