Por causa da pandemia e pelo fato de as escolas estarem fechadas, os alunos da rede estadual de Minas Gerais têm direito a um kit merenda escolar. Trata-se de uma cesta básica por mês com produtos que constam no cardápio das escolas. Em Itabirito, não é diferente. Contudo, familiares dos estudantes da Escola Estadual Intendente Câmara, por exemplo, não estão buscando os mantimentos. Segundo a escola, menos de 1/3 dos 960 alunos, até agora, recebeu o kit. “Não posso repassar a cesta. Ela pertence ao aluno”, disse o diretor Igor André Gonçalves.
A compra da cesta é fruto de um processo de licitação feito pelas escolas, que utilizam os recursos federais do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), para adquirir os kits merenda escolar. Estes recursos financeiros foram acumulados durante os meses em que as atividades escolares presenciais estão suspensas, devido a pandemia da Covid-19.
A cesta disponibilizada na Escola Intendente, por exemplo, é composta por 2 kg de arroz, 1 kg de feijão, óleo e macarrão. Os alimentos só podem ser entregues a um maior de idade. “A entrega só será realizada aos pais e/ou responsáveis com apresentação do documento do aluno (identidade ou certidão)”, informou a instituição de ensino.
O kit está disponível nas escolas estaduais em horários determinados. No Intendente, o horário é das 14h às 17h, de segunda a sexta-feira. Contudo, “caso alguém só tenha disponibilidade na parte da manhã também é possível pegar o kit”, afirmou o diretor.
Na Intendente, o kit ainda está no primeiro lote. A entrega começou em agosto.
Água Limpa
A escola recebe estudantes de origens diversas. Alunos que moram na comunidade da Água Limpa, por exemplo, fazem parte do corpo discente da instituição.
Por causa da dificuldade de esses alunos se deslocarem, a direção da Intendente, com a ajuda da Prefeitura, foi até a comunidade e distribuiu os kits para estudantes que moram no local, na quarta-feira (10).
Os mantimentos foram entregues no posto de saúde da comunidade. “Na Água Limpa, não tivemos problema. Os interessados compareceram em peso”, disse o diretor Igor.
Escolas Municipais
A situação das municipais é um pouco diferente.
Em abril, a Câmara de Vereadores aprovou a lei, de autoria do Poder Executivo, que autoriza a distribuição das cestas para famílias dos alunos matriculados na rede municipal. Ou seja, nas escolas do município, a distribuição não é feita por estudante, e sim por família.
“Família com mais de um estudante recebe uma só cesta por mês”, disse Bárbara Cristina Martins, secretária da titular da pasta da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Itabirito.
Não são todas as famílias que podem ter acesso ao benefício, somente as que estão cadastradas no Bolsa Família e/ou no Cadastro Único da Prefeitura.
1.450 famílias têm direito às cestas vindas das escolas municipais. Nessas cestas há arroz, açúcar, café, sal, biscoito, fubá (ou farinha de trigo). “Por lei, temos de priorizar a agricultura familiar. Portanto, nas cestas mais recentes, o fubá e biscoito foram feitos por famílias da região”, informou Bárbara.
Atualmente, as escolas municipais estão em seu sexto lote. A previsão é que o sétimo lote seja distribuído do dia 5/10 ao 9/10.
Atividades durante a pandemia
Diante dos novos tempos, as escolas precisam passar por ajustes. Atividades escolares são repassadas a alunos juntamente com as cestas.
Nas escolas estaduais, por exemplo, por meio do site “Estude em Casa”, atividades podem ser desenvolvidas pelos estudantes.
A integração com o professor se dá por meio de grupos de Facebook ou WhatsApp. “Contudo, muitas vezes, o aluno fica alheio e nem sequer comunica à família a respeito das atividades”, lamentou o diretor Igor.
Para os que não possuem acesso à internet, a Intendente Câmara possui medida alternativa. Para saber qual é essa alternativa basta se informar na hora de pegar a cesta.
Nas municipais, juntamente com as cestas, as famílias recebem blocos de atividades para serem desenvolvidas em casa pelos alunos.
Segundo a servidora, há em curso a intenção de acompanhar os alunos, via internet, na feitura das atividades propostas.
“Tudo é muito novo. Nunca passamos por isso. Estamos tentando nos adaptar à nova realidade”, salientou Bárbara.
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