Bruno Henrique (de 23 anos), morador de Itabirito (na Região Central de Minas), precisa da ajuda de internautas para viajar para a Europa. Não se trata de um mero passeio. Ele é aluno de Biologia da Universidade Federal de Minas (UFMG) e ao se inscrever na própria Federal para estudar fora, foi escolhido pela faculdade para dar continuidade aos estudos no Politécnico de Leiria, instituição de ensino superior referência em Portugal.
Jovem de baixa renda, o universitário é filho de pais separados. Edilea, a mãe de Bruno, é faxineira; e o pai, Edivaldo, é pedreiro.
Atualmente, Bruno mora parte da semana em uma moradia estudantil da UFMG e, quando não tem aula, vive com sua mãe no bairro Vila José Lopes.
Para ajudar o jovem a desenvolver seus estudos na Europa, basta enviar qualquer valor para a chave Pix ([email protected]). Ou por meio do QR code abaixo:
Guerreiro
Definitivamente, a “escola da vida” também dá sabedoria às pessoas. E foi justamente nesta “escola” que a mãe de Bruno “se formou”. “Minha mãe sempre me ensinou que é preciso estudar e se esforçar para alcançar os sonhos”, relatou o jovem.
E Bruno aprendeu muito bem. Haja vista que a conquista dele não é para qualquer aluno da Federal. Ele foi selecionado por suas notas, frequência e dedicação no meio acadêmico.
Recentemente, Bruno teve de abandonar um trabalho no Laboratório de Farmacologia e Toxicologia da UFMG, em que desenvolvia um fármaco para auxiliar pessoas picadas por cobras (principalmente em zonas rurais) até que a vítima pudesse conseguir ajuda médica. Como a bolsa era de somente R$ 500, e ele precisa juntar dinheiro para viajar, Bruno teve de abdicar (pelo menos, temporariamente) da pesquisa para fazer limpeza e lavar pratos em um restaurante perto da moradia estudantil.
A vaga em Portugal
A conquista da vaga na Europa foi feita por meio de um edital divulgado pela reitoria da UFMG. Em caso de interesse de algum aluno, são avaliadas as notas dos três recentes períodos e as competências extracurriculares (como estágio, iniciação científica e outros).
Interessado, o itabiritense se deu bem uma vez que possui um histórico com estágios na Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura de Itabirito, além de iniciações científicas, monitorias e, como já mencionado, boas notas.
Quanto a UFMG vai disponibilizar
Assistido pelo programa de auxílio da UFMG, a universidade vai bancar as taxas acadêmicas de Bruno e um auxílio financeiro de R$ 13.000. Porém, na Europa, esse valor é reduzido em cinco vezes devido à cotação do euro. Lembrando que em Portugal não existe faculdade gratuita.
Sendo assim, os R$ 13.000 irão dar, aproximadamente, 2.5000 euros. Valor não suficiente para arcar com os custos de estada, passagem aérea, visto, plano de saúde e seguro, acomodação, alimentação e transporte.
“Vou ficar até fevereiro do ano que vem, gastando 400 euros por mês com alimentação e aluguel. E mais: R$ 3.700 de passagem de ida, mais quase o mesmo valor para voltar. Além de R$ 600 de visto, mais transporte etc. (…). Pretendo trabalhar em Portugal sem carteira assinada porque meu visto não permite. Mas não é certeza de que vou conseguir trabalho lá (…). Na Europa, vou representar a UFMG e tenho que cumprir a carga horária de aulas. Meu estudo tem de ser minha prioridade enquanto eu estiver naquele país”, disse Bruno em depoimento ao Radar Geral.
O estudante explicou ainda que na Europa, ele poderá concluir seu curso iniciado na UFMG. “Cumprindo toda a carga horária, vou poder me formar na Federal de Minas Gerais assim que eu retornar”, explicou.