Família lamenta falta de leito em hospitais para salvar senhora que está há dias na UPA de Itabirito
Maria Aparecida da Silva quando tinha cerca de 40 anos - Foto enviada pela família ao Radar Geral
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Itabirito (Região Central de Minas) – “A que ponto chegou Itabirito!”, lamenta uma das filhas da senhora Maria Aparecida da Silva – trata-se de uma paciente de 62 anos de idade, moradora do bairro Agostinho Rodrigues, que está internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) desde terça-feira (25/4).

Ela sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) no ponto de ônibus que fica na Praça São Sebastião e bateu com a cabeça na parede. Foi levada para UPA e precisou ser transferida para uma UTI. Contudo, a transferência não foi feita. Ainda de acordo com os familiares, a alegação é falta de vaga.

Atualmente entubada, o estado de saúde de Maria (segundo as filhas) é gravíssimo. O desespero dos familiares é evidente e justificável. De acordo com as filhas, a mãe foi hoje “desenganada pelos médicos” e não mais tem condições de ser transferida. “Eu acredito em milagres”, disse a filha, que preferiu não ser identificada.

Outra filha de Maria, Elisângela Aparecida da Silva (de 23 anos) está extremamente indignada. Para ela, houve descaso do sistema de saúde. “É uma pouca vergonha!”, disse.

A paciente é hipertensa, diabética, sofre de insuficiência renal e, recentemente, apresentou coágulos no cérebro.

O Radar Geral entrou em contato com a Comunicação da Secretaria de Estado da Saúde e da Prefeitura de Itabirito (que responde pela UPA).

Resposta (na íntegra) da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que a Regulação Estadual atua na rede pública de saúde da urgência/emergência, e tem como objetivo primordial a busca pela melhor resposta possível, em tempo oportuno, dado um problema assistencial específico, assegurando, desta forma, o acesso equânime dos cidadãos aos serviços de saúde que necessitem.

A Regulação Estadual utiliza-se de um fluxo regulatório bem definido para os casos de urgência e emergência, no qual a instituição de origem, seja ela um Pronto Socorro, uma Unidade de Pronto Atendimento 24 horas ou até mesmo um Hospital, ao identificar a necessidade de transferência do paciente, procede com a solicitação no sistema informatizado de regulação estadual, o SUSfácilMG, que por sua vez gera um laudo de solicitação a ser atendido pelas centrais de regulação.

É importante ressaltar que essa solicitação de transferência apresenta dados clínicos relevantes para tomada de decisão da regulação, isto é, detalhes do estado de saúde em que o cidadão se encontra, essenciais no auxílio da busca por leitos de acordo com a real necessidade do paciente. Ademais, destaca-se que o laudo médico é modificado de acordo com a evolução clínica dos pacientes. Nesta parte do processo, conta-se com a responsabilidade e apoio das instituições solicitantes (estabelecimento de origem) para correta atualização da condição de saúde dos pacientes, em acordo com as mudanças que ocorrerem em seus quadros clínicos. Dessa maneira, com base nas informações médicas prestadas, as Centrais Macrorregionais de Regulação Assistencial buscam o atendimento adequado ao paciente dentro da rede assistencial estabelecida do Sistema Único de Saúde do Estado de Minas Gerais.

Especificamente em relação ao caso mencionado, a SES-MG informa que, em atendimento à Lei Geral de Proteção de Dados, não pode repassar informações que identifiquem pacientes. Entretanto, a Secretaria reforça que as 13 Centrais Estaduais de Regulação funcionam 24 horas por dia, 7 dias na semana, com o objetivo de buscar a vaga adequada, até encontrar o recurso assistencial necessário ao quadro clínico de cada paciente cadastrado no SUSfácilMG.

Resposta da Prefeitura de Itabirito

A Prefeitura de Itabirito, até o fechamento desta matéria, não respondeu.

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