A dependência química não traz consequências ruins somente para o usuário, ela acaba com a paz da família e causa sofrimento às pessoas próximas. É claro que há casos de adicção com mais ou menos gravidade. Contudo a situação de Andréa Mahé (51), moradora de Itabirito (na Região Central de Minas) é, sim, merecedora de atenção especial.
Andréa é usuária de drogas desde os 15 anos. Vive atualmente pelas ruas de Itabirito. “Estou desesperada, recorri às redes sociais tentando conseguir ajuda para minha irmã. Preciso interná-la imediatamente. Quem me ajudar, vou divulgar nas redes sociais. A Andréa perdeu tudo. Chegou a parar com as drogas, mas voltou a usar depois de um tempo. Ela é viciada em crack, mas usa outras drogas também”, desabafou a irmã de Andréa, Amanda Lemos (40).
Filha da saudosa radialista Rogéria Baêta e neta da (também falecida) ex-vereadora Raimunda Lemos Baêta (a popular Dica da Rádio Cidade), Andréa Mahé é uma pessoa “comunicativa, inteligente e educada para conversar”, disse Amanda. “Mas ela se rendeu ao vício”, completou.
Apesar de afirmar que não é atriz, Amanda já trabalhou no elenco de apoio de dramaturgias da TV Globo do Rio de Janeiro e fez participação em programa na Record TV. Contudo, atualmente, está desempregada. “Não tenho condições de internar minha irmã. E ela quer ser internada”, garantiu.
Em rápida pesquisa pela internet, é possível saber que o preço de uma internação para um dependente químico varia de R$ 700 a R$ 7.000. O tempo de internação tem a ver com o tipo de tratamento. Normalmente, em clínicas mais renomadas, varia de 6 meses a 1 ano ou até mais. A evolução ou involução do paciente é uma situação a ser levada em conta na “conclusão” do tratamento. Há pacientes que chegam a ficar mais de 2 anos em uma clínica.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a dependência química como uma doença crônica, progressiva, ou seja, que piora com o passar do tempo. É também definida como uma doença primária, que pode dar origem a outras doenças. Como se não bastasse, a dependência pode ser fatal. “Em vários momentos da vida dela, minha irmã morou na rua, chegou até a virar andarilha”, disse Amanda.
Não existe cura para a dependência química, o que há é o controle da doença com tratamento. Definitivamente, “controle” não faz parte do dia a dia de André Mahé. Tal situação faz Amanda se sentir impotente, mesmo tendo fé e de ter “se encontrado” por meio da religião evangélica. “Como vou ganhar o amor de Jesus, se eu não ajudar minha irmã? Contudo cheguei à conclusão de que isso tem que partir dela também”, afirmou.
Amanda pensa em sua irmã sempre. “Se eu estou comendo, por exemplo, fico pensando: será que ela está se alimentando? Isso é muito triste. Ela não vive e não deixa ninguém viver”, lamentou.
Amanda espera ajuda da Prefeitura de Itabirito e de vereadores. “Defendi o (prefeito) Orlando (Caldeira) nas eleições”, lembrou Amanda em meio ao seu pedido de socorro.
Andréa já foi internada oito vezes. Em um maio de 2017, em momento em que estava “limpa”, ela gravou vídeos para seu canal no YouTube em que falava sobre a alegria de ficar longe das drogas. Inclusive, por causa disso, foi tema de reportagem no antigo site Minuto Mais (de Itabirito). A alegria durou pouco, e ela recaiu (voltou a fazer uso de entorpecentes).
Quem ajudar Andréa com sua internação será (se quiser) destaque no Radar Geral. Trata-se de um reconhecimento da redação que se dará em forma de matéria jornalística.
Matéria atualizada às 11h18 de 14-03-2021.