De Itabirito, Ana Ty é destaque na 28ª Parada LGBT+ de São Paulo
Ana Ty em sua apresentação na 28ª Parada LGBTQIAPN+ - Fotos: Vitor Biazotto - Montagem: Radar Geral
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A drag queen Ana Ty, personagem do artista Carlos Lopes, de Itabirito (MG), apresentou-se (como cantora) na considerada maior parada LGBT+ do Brasil e uma das maiores do mundo. Trata-se da 28ª Parada do Orgulho LGBTQIAPN+, evento que no domingo (2/6) movimentou a Avenida Paulista, em São Paulo (SP).

Ao Radar Geral, Ana Ty falou sobre a oportunidade: “Para minha carreira, foi um marco muito importante pela dimensão do evento e estar lá performando enquanto artista é algo que há alguns anos eu não me imaginava fazendo. Confesso que até o momento ainda estou processando tudo isso (…)”.

Itabiritense, Carlos conta que sempre foi tratado com muito respeito no município: “Eu amo o acolhimento que eu tenho aqui. Eu amo a liberdade que eu tenho de me expressar artisticamente. Eu sinto muito respeito das pessoas para comigo, para com o meu trabalho, para com a minha arte, sabe? Sejam os espaços que se abrem para que eu me apresente, ou sejam as pessoas que vêm até mim para elogiar meu trabalho”.

E completou dizendo que é um prazer levar o nome de Itabirito para os lugares onde vai: “É algo que eu faço com muito amor. Eu amo essa cidade”.

Questionado sobre como surgiu a inspiração para a personagem “Ana Ty”, o artista afirmou que tudo começou nos carnavais em Itabirito: “No Carnaval, eu adorava me fantasiar de mulher. A gente tem esse costume de, nas quintas da festa, os homens se fantasiarem de mulher, mas eu nunca me contentava só com a brincadeira, sempre ia um pouco além e investia um pouco mais na roupa, na peruca, pesquisava sobre a maquiagem e tentava sair um pouco da caixa. Isso me permitiu muitos momentos de alegria enquanto um jovem que se divertia no Carnaval e hoje, como um artista, que sobe nos palcos para fazer isso profissionalmente”.

Segundo o artista, Ana Ty veio oficialmente em 2017, após Carlos e um amigo, Luiz Antônio Bukzem, observarem a movimentação que estava acontecendo na cena drag no Brasil por conta do RuPaul’s Drag (reality show), da Pabllo Vittar, Gloria Groove, entre outras drags famosas no país. Então, nesse momento, os amigos perceberam que Ana Ty poderia ser algo comercial.

Ana Ty em sua apresentação na 28ª Parada LGBTQIAPN+ – Foto: Vitor biazotto/acervo pessoal

Para Carlos, os maiores desafios são os preparativos: “Criar e preparar tudo é um processo longo e cansativo. É um processo que as pessoas às vezes não veem e é fundamental para que tudo saia certo no momento da alegria, que é estar em cima dos palcos”.

“Acredito que cantar enquanto drag queen tem um peso maior, tem uma representatividade maior. E isso não seria possível sem a equipe que eu tenho hoje. Eu tenho algumas pessoas que trabalham comigo: meu produtor artístico Marcos Fileto, meu produtor musical Gnyn Beat, meu estilista Pedro Birra e meu maquiador Adler Gurgel, que me ajudam de forma mais fixa em todos os projetos. Além daqueles que participam de forma mais sazonal, como, por exemplo, os músicos que me acompanham nos shows. Todas essas pessoas são muitíssimas importantes para conseguirmos entregar o melhor para o público”, acrescentou.

Para Carlos, a importância de um evento como a parada na Paulista é imensurável: “A Parada LGBTQIAPN+ de São Paulo é considerada uma das maiores principalmente pelo número significativo de pessoas que leva para as ruas. É um ato simbólico representando a nossa busca pelos direitos, enquanto comunidade, enquanto cidadãos, enquanto seres que sofrem preconceito constantemente da sociedade por conta de orientação sexual e identidade de gênero”.

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