De acordo com o site Climatempo, a umidade relativa do ar no fim da tarde desta quarta-feira (15/9), em Itabirito (Região Central de Minas), pode chegar a 15%. Em desertos, costuma variar entre 10% e 15% (segundo o Inmet – Instituto Nacional de Meteorologia).
Mesmo não tendo conhecimento de detalhes dos números, mas tendo ciência de que o fogo prejudica a todos, muitos moradores de Itabirito insistem em atear fogo em áreas verdes (o que incluiu lotes) e em lixos. Resultado: Itabirito está sob fumaça nos últimos dias. O dia todo. Hoje, especificamente, o problema se agravou.
Segundo a Brigada Municipal, de 15/8 a hoje (15/9), foram mais de 90 atendimentos classificados em: incêndio em lotes vagos, incêndio em pastos, incêndio em unidades de conservação e incêndio em propriedades particulares.
Até as 14h de hoje, foram mais de oito ocorrências atendidas pelos combatentes da Brigada. “As pessoas precisam entender que com as queimadas sofremos alterações climáticas e comprometemos os recursos naturais (…). Animais estão morrendo”, salientou a Brigada Municipal de Itabirito.
São constantes as reclamações dos cidadãos que querem que suas demandas sejam atendidas com rapidez pelos combatentes. “Fica impraticável atender a todos no tempo em que a população demanda”, informou a corporação.
Os incêndios insistentes e incessantes não são a única obrigação da Brigada. “Trabalhamos com guarnições. Há os combatentes que atuam em acidentes/resgates, outros que atuam no salvamento e há os que ficam no atendimento de combate a incêndios”, explicou.
Contudo, há situações específicas em que todos os agentes da Brigada disponíveis precisam agir conjuntamente. “Quando acontecem ocorrências de destaque, todos nós atuamos juntos (…). Mas não podemos diariamente colocar todos dos combatentes direcionados no mesmo tipo de atendimento se temos uma cidade inteira para prestar apoio”, explicou a corporação, que ainda salientou: Em tempos de queimadas, “temos trabalhado até durante as noites”.
Combate em locais de difícil acesso
A Brigada ainda informou que muitos locais são de difícil acesso, o que dificulta, sobremaneira, o trabalho. “Ou seja, há situações em que não conseguimos chegar com o caminhão. Então, trabalhamos usando chicotes/abafadores, sopradores e bombas costais. Por exemplo, nas unidades de conservação, onde geralmente são grandes as extensões e investimos horas de trabalho árduo para suprimir as chamas”.
Complicações para a saúde
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a umidade do ar ideal compreende a faixa entre 50% e 80% (em Itabirito, está variando hoje de 43% a 15% – dados do Climatempo).
A fumaça no ar, associada ao clima seco, piora problemas de saúde, e em tempos de pandemia, o agravamento de complicações respiratórias é uma situação que merece atenção ainda mais especial.
Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), em tempo seco e enfumaçado, “doenças com maior predomínio de exacerbações ocorrem em pacientes portadores de bronquite crônica, enfisema pulmonar e asma. Entre os problemas agudos de maior frequência estão as infecções virais como gripes e resfriados. Merecem destaque também, as doenças resultantes de ações bacterianas como a sinusite, faringite e amigdalite e nos casos mais graves a pneumonia”.