Atrair o público para assuntos da cidade de maneira descontraída. Nenhuma página de Itabirito (na Região Central de Minas), no Instagram, faz isso com tanta desenvoltura quanto o “Itabirito da Depressão” (@itabiritodadepressao).
Apesar de a pergunta “quem é o administrador da página?” ser constante, o dono da conta prefere o anonimato. Será que essa dúvida é um dos segredos do sucesso do “Itabirito da Depressão”? Afinal, são mais de 12.290 seguidores. “Só nos últimos 30 dias, foram 36.200 contas alcançadas”, disse o administrador, em entrevista, pelo telefone, ao Radar Geral.
Problema postado, problema resolvido
Segundo ele, muitas situações foram resolvidas na cidade após o assunto ser divulgado pela página. “Nossa intenção é mostrar a realidade do município. Problemas de buracos nas ruas e infraestrutura ruim, por exemplo, já foram resolvidos depois de expostos no ‘Itabirito da Depressão’”, afirmou.
De fato, as redes sociais são, muitas vezes, pesadelos para políticos. Se “cai na rede”, acaba se tornando prioridade. E em Itabirito, especificamente, a página se tornou um bom exemplo da força da internet.
Polêmicas
Existente desde novembro de 2020, o “Itabirito da Depressão” não segue regras do jornalismo, como a checagem da informação, e algumas vezes, as postagens veiculadas na página geram reclamações.
Produtos vencidos em supermercado, profissional do Direito com fama de caloteiro e briga entre funcionários de um varejão. Assuntos que já foram divulgados na página e geraram revolta dos alvos das críticas.
O administrador ainda não respondeu a nenhum processo na Justiça, mas não descarta essa hipótese.
Com o tempo, o administrador viu que alguns cuidados precisam ser tomados. “Se for coisa grave, eu tapo o nome e o sobrenome da pessoa citada”, afirmou.
Quarta do Caos
E por falar em polêmicas, o forte da página é a “Quarta do Caos”, em que assuntos são enviados por internautas, e são postados (nas quarta-feiras) nos stories da conta. De acordo com o dono, um só post chega a ter mais de 7 mil visualizações.
Mas não só de polêmicas, “fofocas” e reivindicações vive o “Itabirito da Depressão”. “Tento ajudar o povo. Perda de documentos, por exemplo, a gente posta e o dono aparece rapidinho”, salientou.
Rádio Favela
Falar de forma com que o público-alvo entenda e tenha gosto em “consumir a informação”. O “Itabirito da Depressão” e a história de Rádio Favela, de Belo Horizonte, têm aspectos semelhantes.
Quando começou, usando uma linguagem típica dos aglomerados de BH, a Rádio Favela, ainda ilegal, conseguiu (por exemplo) diminuir o preço do pão na comunidade do bairro Serra. Isso é só um dos exemplos de conquista da rádio para o povo da localidade.
A semelhança entre os dois veículos está na forma de comunicação peculiar que cada um deles usa, na estratégia para atingir as (suas) massas e nos eventuais resultados.
Anúncio
Há espaço para anúncios de empresas ou profissionais que queiram atingir o vasto público da página. O telefone (WhatsApp) para contato é o (31) 9 9979-8883.
