Ex-trabalhadores da Usina Esperança em protesto, em Itabirito. Foto - Radar Geral
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Itabirito (Região Central de Minas) – Na tarde desta segunda-feira (8), com faixas e cartazes, cerca de 50 pessoas fizeram manifestação pacífica pela Avenida Queiroz Júnior, começando em frente ao Isap e terminando na porta do Fórum. São ex-funcionários e parentes de ex-trabalhadores da antiga Usina Esperança.

Após pedido em 5/2/1991, a Justiça decretou a falência da Usina Esperança em 7/2/1991. A empresa, então, ficou devendo cerca de 750 funcionários. A maioria ainda não recebeu seus direitos trabalhistas. Esse foi o motivo do protesto.

Ou seja, os trabalhadores estão há mais de 30 anos esperando por justiça.

Veja vídeo, feito pelos manifestantes, do protesto CLICANDO AQUI.

Parte dos credores já morreu. “Está sendo feito um levantamento para sabermos quantos ainda estão vivos”, disse o advogado Edésio Nolasco, que foi advogado da Usina Esperança (antes da falência) e também está entre os trabalhadores prejudicados. “Não sou advogado da causa dos ex-empregados para não advogar em causa própria. Entretanto, tudo que peço para mim, peço para todos. Recentemente, pedi um auxílio emergencial de Natal, de R$ 1.000, para cada funcionário. Não recebi nem sequer resposta da Justiça. Outra questão que estamos aguardando resposta do Poder Judiciário é meu pedido para que o caso entre na categoria de processo em andamento privilegiado com base no artigo 71 do Estatuto do Idoso”, disse Edésio.

Não se sabe qual é o montante devido pela massa falida da Usina. “Foi pedido ao atual síndico da massa que fizesse o levantamento”, afirmou Edésio. Em março de 2020, o juiz de Itabirito, Antônio Francisco Gonçalves, nomeou o advogado Otávio de Paoli Balbino como novo síndico.

O Radar Geral aguarda retorno da ligação feita pela reportagem para o escritório de Paoli Balbino.  

Ainda segundo Edésio, a Vale está negociando a compra de uma área nas proximidades da antiga Minas da Serra Geral (MSG), mais exatamente em local conhecido como Morro São Vicente. “Essa área pertence à massa falida. Com o valor a ser pago pela Vale, é possível pagar a todos”, disse.

O Radar Geral não conseguiu falar com o juiz da comarca de Itabirito, Antônio Francisco Gonçalves.

A reportagem aguarda ainda um posicionamento da Vale. A mineradora não tem envolvimento direto com o assunto, contudo, como foi citada, o Radar Geral a procurou.

O protesto recebeu apoio do padre Miguel Ângelo Fiorillo, da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, que acompanhou os manifestantes.

Veja fotos da manifestação:

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