120.000 m²: Itabirito terá Unidade de Conservação entre os bairros Funcionários e Monte Sinai

Errata: o Radar Geral divulgou que a área terá, ao todo, 12.000 metros quadrados (m²) . Contudo, na verdade são 120.000 m². A matéria foi corrigida às 12h30 de 9/6/2022.

Unidade de Conservação Grota da Mina. Esse é o nome da área verde que deve ser preservada em Itabirito (Região Central de Minas). A maior parte fica entre os bairros Funcionários e Monte Sinai, mas tal área fará limites também com os bairros Matozinhos e Centro.

Serão, ao todo, 120.000 metros quadrados. O equivalente a 12 campos de futebol. Contudo, o processo ainda está em andamento. “Passamos pelo diagnóstico (denominação dada a uma unidade taxionômica, que classifica, descreve e registra espécies, seres, vegetais etc.), consulta pública e, depois, será feito o decreto (do prefeito)”, disse o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Prefeitura de Itabirito, Fred Leite.

A Consulta Pública citada pelo secretário, em que foi apresentada a proposta de criação da Unidade de Conservação, foi feita na tarde da última terça-feira (7/6), no Plenário da Câmara de Itabirito. Trata-se de parte do processo para a criação da Unidade. Oportunidade em que a Prefeitura ouviu vereadores, proprietários e outros membros da sociedade itabiritense.   

No futuro, a intenção é que haja o cercamento e o reflorestamento da área. O projeto ainda inclui criação de Centro de Visitantes (com espaço para Educação Ambiental), trilhas para caminhadas, para mountain bike etc.

Segundo a bióloga Maria Teresa Zanatta Coutinho, que já teve história com Itabirito, são várias as vantagem com a criação da Unidade. “O adensamento populacional pode multiplicar doenças advindas do desmatamento. Preservar o meio ambiente é importante para a saúde. Outra situação é a qualidade do ar. Floresta preservada é privilégio que não tem preço. E, por fim, para que os animais não se movimentem para nossas casas, uma vez que o habitat deles estará mais preservado”, enumerou.

Maria Teresa esteve à frente da ideia de implantação da Unidade de Conservação desde 1997, quando ela foi chamada a se juntar a moradores do bairro Funcionários, mais exatamente Leandro Dias de Oliveira e Genário Magela. Sendo assim, foi fundada a Organização Não Governamental (ONG) União Ambientalista de Itabirito (UAI), a principio, com a intenção de preservar a área. Ou seja, trata-se de uma demanda de décadas reivindicada por defensores da natureza itabiritense, que só agora deve se tornar realidade.

Valores que devem ser pagos

Foram várias as falas durante a Consulta Pública. Entre elas de pessoas que terão áreas desapropriadas e, portanto, serão indenizadas. Segundo o secretário Fred, esta etapa em específico terá avaliações de especialistas, “com base preço justo de mercado”, garantiu.

Uma dessas proprietárias pediu para que no valor a ser pago pela Prefeitura sejam levadas em consideração as “memórias das famílias”. Outro membro de família proprietária pediu que a Prefeitura olhe por “aqueles que adquiriram uma área (como investimento de vida), que deram a vida por isso (…)”. Segundo este dono, “o valor deve ser justo como forma de prestar justiça aos que não mais estão aqui”.

Fato é que constantes aquisições feitas pela Prefeitura, por meio das quais o Município compra imóveis por milhões de reais, têm sido alvo de críticas. O Radar Geral prepara matéria com detalhes a respeito deste assunto em específico.    

Em tempo: na fundação da UAI, há outros nomes. Contudo, não foram citados na matéria para que o assunto não se alonga neste detalhe.