
Antigas pinturas decorativas foram descobertas em paredes laterais do presbitério (onde fica o altar) debaixo de camada de tinta branca na Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, em Itabirito (MG).
Essas pinturas datam do começo do século XVIII – época em que a Igreja foi erguida (1720).
Acredita-se que a 1ª “demão” por cima da pintura (que imita azulejo) seja do começo do século XX. Sendo assim, ficaram à vista somente os medalhões com as cenas da “Expulsão de Adão e Eva do Paraíso”, à direita, e a “Transfiguração no Monte das Oliveiras”, à esquerda. Ou seja, que foi descoberto complementa os afrescos.
A restauradora Eduarda Mól Avelar, formada em Ouro Preto pela Faop, foi contratada pelo padre Miguel Ângelo Fiorillo, pároco de Matriz, para restaurar as paredes e deixá-las como as originas.
O trabalho é minucioso e delicado. Não se trata de reforma, e sim de restauração.

Com bisturis, Eduarda e a artista plástica Júlia Salvador de Oliveira estão encarregadas da missão – sem data para terminar. “Pelas prospecções realizadas, existem ornamentos em toda a parede que completariam a decoração original (…)”, disse a profissional, que salientou que “a função do restaurador é descobrir a obra do artista que está escondida”.

Consta no laudo de restauração: “A remoção cuidadosa deve ser feita por profissionais treinados para que não haja mais perdas na camada pictórica subjacente (…). A proteção final dos trabalhos realizados na policromia será feita através da aplicação de camada de proteção (verniz) sobre toda a área restaurada”.

Outras pinturas (tapadas por tinta branca) foram descobertas nas paredes da nave central (onde ficam os fiéis) e serão igualmente restauradas.
A Boa Viagem é o mais importante momento histórico de Itabirito. Foi tombada pelo município em 10/12/1999 pelo Decreto nº 3376 e é de propriedade da Arquidiocese de Mariana.