Artigo de opinião
Depois da imensa confusão no término do pré-Carnaval em São Gonçalo do Bação, no domingo (21/1), no qual a Guarda Civil Municipal (GM) teve de usar armas não letais contra foliões mais exaltados, a Prefeitura de Itabirito, em texto enviado à imprensa, nesta quinta-feira (1º/2), garantiu que a segurança será prioridade no Carnaval 2024, o chamado “Itabirito Folia”.
“Em meio ao reforço do efetivo da Política Militar e à participação das equipes da Brigada Municipal, do Departamento de Trânsito e Fiscalização e de seguranças e brigadistas particulares, um dos destaques do esquema especial de segurança no município será a atuação da Guarda Civil Municipal”, informou a Prefeitura, sem relatar qualquer novidade.
No texto, a administração do Município não deixa clara, e não apresenta números que comprovariam, uma segurança efetiva. Segurança essa que esteja não somente nas ruas principais, onde a folia acontecerá, mas também nos cantos, nas ruas próximas à festa, e nas mais desertas.
É claro que Itabirito (em sua história) tem experiência com carnavais seguros. Contudo, coleciona também fracassos no quesito segurança, que num passado não distante, fizeram com que a festa no Centro da cidade fosse proibida.
Grande parte da opinião pública, interessada no assunto, aprova o Carnaval nas ruas centrais de Itabirito, uma bandeira do atual prefeito Orlando Caldeira. Todavia, não se faz uma festa segura dizendo que ela é segura. Precisa ser de fato.
O texto da Prefeitura exalta, quase que exclusivamente, o trabalho da Guarda, importantíssimo (de fato) na festa, relatando que as câmeras do Centro de Operações da Prefeitura (COP), sob responsabilidade da corporação, ajudarão a monitorar as ruas. Definitivamente, nada de novo!
Mas o texto não responde às perguntas: existe perspectiva de um efetivo maior (daquele que normalmente se tem em carnavais) da Polícia Militar? Terá posto da Polícia Civil (como já houve na folia itabiritense)? Haverá drones durante toda a madrugada? Haverá detector de tornozeleiras eletrônicas? Haverá mais segurança (contratados) para além do circuito oficial da festa?
Por fim, o informe da Prefeitura dá dicas de segurança, como evitar portar objetos de alto valor, deixar o veículo em casa sempre que possível, evitar ficar sozinho em locais vazios, não se afastar das crianças (deixando com elas uma identificação e um número de contato) etc.
Conclusão: situações lamentáveis podem acontecer em qualquer festa de rua, principalmente quando não se tem uma visão ampla (panorâmica) de grande parte da movimentação (como se tem no seguro Julifest). Entretanto, se a Prefeitura se dispõe a fazer, tem de se dispor a arcar com as responsabilidades.
Romeu Arcanjo (o autor) é jornalista e editor no Radar Geral.
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