FBC (um dos principais rappers do Brasil) e o vereador Pastor Anderson (ao tratar do assunto) - Foto: Facebook/Reprodução
FBC (um dos principais rappers do Brasil) e o vereador Pastor Anderson (ao tratar do assunto) - Foto: Facebook/Reprodução
Meplo
RADAR GERAL - 970x250px
Compartilhe:

Com show marcado para a segunda-feira (20/2) do Carnaval de Itabirito, o cantor FBC foi alvo de críticas do vereador Pastor Anderson (MDB), que solicitou reavaliação da presença do rapper na cidade por parte da Prefeitura Municipal.

Segundo o político, a solicitação vai de encontro à proibição imposta pelo prefeito Orlando Caldeira (Cidadania), de fevereiro de 2020, que veda a execução de vertentes do funk no carnaval local.

A apresentação de FBC, um dos principais cantores de rap do país, está prevista para às 22h30 da segunda-feira de Carnaval de Itabirito, na Praça da Estação, aberta ao público. Nessa toada, Pastor Anderson encaminhou, na última segunda-feira (30), um ofício à Prefeitura Municipal, alegando que “músicas que promovem apologia às drogas, sexo e criminalidade” e, por isso, solicitando um novo debate acerca da contratação do show. Ainda no ofício, o vereador utilizou um verso da música “Eu Sou o Crime”, de FBC, para justificar a cobrança.

FBC reage

Procurado pela reportagem do Radar Geral, FBC reagiu à solicitação do vereador Pastor Anderson. O cantor utilizou também o Twitter, onde tem 182 mil seguidores, para expor o ofício solicitado.

“Itabirito está cheia de problemas, a cidade está cheia de buracos, a situação da população de rua está cada vez mais crítica, já que ele foi um dos vereadores que apoiou a retirada que a Guarda Municipal fez dos moradores de rua da cidade. São ‘n’ problemas e ele preocupado com o que os jovens vão ou não curtir no carnaval”, falou FBC.

“Logo um vereador bolsonarista, pastor evangélico, que defende a liberdade de expressão, mas só a liberdade de expressão que parte deles mesmos. De publicar fake news na internet, no WhatsApp, na igreja. É censura, mas a arte não vai se calar. A gente sai disso mais forte do que entrou”, criticou o rapper.

“Não acredito nesta narrativa de censura”

Procurado pelo Radar Geral, o vereador Pastor Anderson negou que sua intenção seja censurar o show de FBC e salientou o decreto de Itabirito que veda músicas com teor de apologia a drogas, sexo e criminalidade. “Ao me deparar com a programação do Carnaval 2023, conheci a música desse rapper de nome FBC, que um de seus álbuns é intitulado: Sexo, Cocaína e Assassinato! Basta pegar a letra da música e entender que vai contra o citado decreto”, comentou.

Ainda de acordo com o membro do poder legislativo, o Artigo 5 da Constituição Federal, que trata do princípio da legalidade, e o inciso XIV do decreto 021/67 para embasar sua posição. “O que estou fazendo é simplesmente exercer o meu papel de fiscalizar, isento de minha opinião pessoal! Não acredito nessa narrativa de tentativa de censura, até porque temos leis que proíbem a apologia ao crime! Se é censura eu ser contra letras de músicas que menosprezam as forças de segurança, que incitam violência, que descaracterizam as mulheres, que cometem várias contravenções às leis vigentes, se alguém não se opõe a isso, passamos a viver uma anarquia! O que não desejo jamais para nossa cidade, estado e país! Saliento: meu pedido é única e exclusivamente que seja cumprida a lei!”, confrontou.

O que diz a Prefeitura

Em contato com a reportagem, a Prefeitura de Itabirito confirmou a contratação de FBC para o Carnaval de 2023. “A Prefeitura de Itabirito informa que todas as atrações do Itabirito Folia, conforme a programação plural divulgada por meio do aplicativo oficial, estão contratadas e terão as apresentações mantidas nas respectivas datas e horários”, disse o Poder Executivo em nota.

O vereador Pastor Anderson, porém, confidenciou que, inicialmente, Lucas França, Chefe de Governo, teria sinalizado com o cancelamento do show do rapper, mas que depois teria voltado atrás e negado a modificação.

Compartilhe: