Espeleo Robô, produto desenvolvido pelo ITV, entra em ação. Foto - Divulgação - ITV
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A Vale divulgou, nesta quinta-feira (26/8), que está investindo em diferentes modelos de robôs para auxiliar os empregados em tarefas de manutenção, contribuindo para retirá-los de situações de risco. O objetivo da empresa é se tornar referência em segurança na mineração.

Atualmente, a Vale trabalha com três principais modelos de robô: dois desenvolvidos pelo Instituto Tecnológico Vale (ITV), que se assemelham a “carrinhos”, e um adquirido a um fornecedor internacional, o Anymal, apelidado na empresa de “cachorrinho”.

Instituto Tecnológico Vale

Criado em 2010, o ITV mantém uma célula de robótica, que vem desenvolvendo robôs, drones e soluções de inteligência artificial (IA) para as operações.

Em 2015 a área de Espeleologia da Vale iniciou o projeto do EspeleoRobô, que no ano seguinte foi assumido pelo ITV em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O dispositivo robótico operado remotamente, com câmeras e sistema de iluminação, capaz de se locomover em terrenos acidentados, foi projetado inicialmente para auxiliar os espeleólogos que prestam serviço para a Vale mapeando cavernas próximas às operações.

A partir de 2017, o EspeleoRobô começou a ser testado em outras funções operacionais, como inspeções em ambiente confinados, de difícil acesso para as pessoas. Já foram feitas inspeções em tubulações, galerias e drenos, além de serviços em equipamentos de usina, como mapeamento de moinhos de bolas e inspeção de dentes de britador. O EspeleoRobô já foi utilizado em mais de 15 serviços diferentes nas operações de Minas Gerais, Espírito Santo e no Pará. Seu sistema intercambiável de locomoção permite ao robô mover-se utilizando rodas, pneus, esteiras ou pernas, dando condições de mobilidade em diferentes tipos de terrenos e seu sistema de sensoriamento permite inspeção em alta resolução, geração de mapas tridimensionais, além de outras capacidades modulares.

Recentemente, alguns dos módulos de percepção do robô desenvolvido pelo ITV foram cedidos à Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos. “Esses módulos estão sendo validados para seu uso em um desafio internacional de robótica subterrânea”, comenta a pesquisadora Maira Saboia, do ITV.

O ITV está produzindo mais três unidades desse robô, que serão cedidas às operações de cobre no Pará e de minério de ferro em Vitória (ES) e Itabira (MG), onde serão empregados em inspeções de moinhos de usina, dutos e outros ambientes confinados.

Também está sendo desenvolvido pelo ITV o Robô para Serviços de Inspeção (ROSI), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pensado desde o início do projeto como uma ferramenta de inspeção em áreas operacionais da Vale, o ROSI tem como foco as correias transportadoras, um equipamento crítico para a mineração. Para isto, o ROSI transporta um braço robótico capaz de atuar com destreza no ambiente operacional, sendo capaz de reposicionar sensores e coletar amostras em lugares de difícil acesso. O robô começou a ser desenvolvido em 2017 e hoje está em fase de testes.

“Esses robôs foram criados dentro da Vale pelos próprios empregados e são uma tecnologia em constante evolução”, explica o pesquisador Gustavo Pessin, do ITV.

Anymal

Além de desenvolver equipamentos dentro de casa, a Vale também está adquirindo o Anymal, um robô quadrúpede criado pela empresa Anybotics, da Suíça. Já utilizado em outras indústrias, o robô foi adaptado para as operações de mineração com o apoio de uma equipe da Vale. Este ano foi concluída uma prova de conceito na usina de Cauê, em Itabira (MG). O sucesso dos testes convenceu a Vale de que deveria adquirir uma unidade do robô.

O robô Anymal ao lado do analista Rayner Teixeira em Itabira. Foto – Raphael Portilho – Vale

Durante a prova de conceito, o robô manobrou em torno da plataforma e superou obstáculos, como subir e descer escadas. Ele criou e exibiu um mapa digitalizado da área sob inspeção, executou o planejamento de rotas e definiu o caminho a seguir, focou em objetos e instrumentos específicos, transmitiu imagens, gravou imagens térmicas com medições de temperatura, entre outras funções.

O uso do robô minimiza a exposição humana em locais de risco, além de permitir a inspeção de ativos de forma remota e a coleta de dados para que se possa tomar decisões mais efetivas. “Com o robô eliminamos  riscos pertinentes às atividades de inspeções, como partes rotativas de equipamentos, ruído e poeira”, explica Rayner Teixeira, analista operacional responsável pelo desenvolvimento do Anymal na Vale. “Também eliminamos atividades que possuem risco ergonômico, em que o empregado precisa executar uma tarefa em uma posição incômoda. O robô também nos dá acesso a espaços confinados, como o interior de um moinho”.

O robô será utilizado para fazer inspeções na unidade de moagem e o mapa em três dimensões da mina do Cauê. Além dos ganhos com segurança dos empregados, espera-se redução no número de paradas e no custo de manutenção, maior confiabilidade na inspeção e a coleta de parâmetros para controle do desempenho dos ativos em tempo real.

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