Denise Cunha/Regiane Araújo/Emília Freitas – Especial para o Radar Geral
Dia 8 de Março – Dia Internacional da Mulher. Oficialmente, a data é celebrada desde 1975, mas segundo a BBC Brasil, sua origem remonta do início do século 20, quando diversos protestos de mulheres aconteceram nos Estados Unidos e Europa reivindicando condições dignas de trabalho e igualdade de direitos.
O Radar Geral convidou três mulheres que aceitaram escrever sobre o tema. As abordagens ficaram a critérios das próprias convidadas. O único pedido da Redação foi que não se estendessem muito.
As mulheres que aceitaram o convite foram: assistente social Denise Cunha, ativista pelos Direitos de Crianças e Adolescentes e das Mulheres; a bacharel em direito Regiane Araújo, especialista em Direto Público, Gestão Pública e Ciência Política; e a fisioterapeuta Emília Freitas, especialista em Saúde da Mulher, que atua nas áreas de Uroginecologia e Obstetrícia. Como não podia deixar de ser, esta última abordou a saúde da mulher.
Confira os textos seguir (as palavras em caixa alta foram escritas pelas autoras):
Denise Cunha – assistente social e ativista pelos Direitos de Crianças e Adolescentes e das Mulheres
O Dia 8 de Março, o 8M, como Dia Internacional da Mulher, inicialmente pautado na luta pela igualdade de gênero nos direitos trabalhistas, atualmente é um símbolo político da mobilização e da luta das mulheres contra o machismo, a misoginia e a violência.
É um dia para ouvir e caber as lutas de todas as mulheres, de todas as raças, etnias, idades, identidades, orientações sexuais, territórios, nacionalidades, quilombolas, indígenas, no campo, nas águas, florestas e cidades.
Quando se completa 01 ano de pandemia no Brasil, constata-se que a crise destacou tanto a centralidade das contribuições das mulheres quanto os fardos desproporcionais que elas carregam. Elas estão na linha de frente da COVID-19 como profissionais de saúde, cientistas, cuidadoras, líderes comunitárias e algumas líderes políticas que se destacaram no combate à pandemia.
Por outro lado, durante a pandemia, as mulheres foram seriamente afetadas, por ocuparem postos de trabalho inseguros ou precários, que desapareceram ou sofreram alterações com a crise, além do aumento da jornada de trabalho, da violência doméstica e da dependência econômica. Cenário resultante da politica econômica implementada pelo Governo Federal que resultou no aumento da miséria, do desemprego, da desigualdade social e de gênero.
Em Itabirito, o cenário não se diferencia do nacional no tocante as questões da violência contra a mulher. Segundo dados apresentados pela Comarca, 70% das denúncias da vara de família referem-se à violência doméstica, e até o momento o município ainda não possui um serviço de acolhimento às mulheres vitimas de violência, se quer possui um fluxo ou uma rede de serviços devidamente organizada para que essa mulher, agredida ou ameaçada, possa percorrer e ser atendida e colocada em segurança. Apesar dos esforços, e devemos reconhecer, dos profissionais que atuam no CREAS em ofertar atendimento e orientações a essas mulheres.
Então, a luta é todo dia! É pela Vida das Mulheres! Pela volta do auxilio emergencial! Pela vacinação para todos e todas e no SUS! Pelo combate a todas as formas de violência contra as Mulheres!
Regiane Araújo – bacharel em direito, especialista em Direto Público, Gestão Pública e Ciência Política
Dia internacional da mulher
É sabido que o dia oito de março consiste em homenagear às mulheres. Mensagens são enviadas, flores remetidas e palavras dóceis ditas. Nada mais justo uma vez que, TODAS AS MULHERES merecem ser homenageadas. Afinal de contas, que mal há em ceder ou receber gentilezas? Todavia, quando me deparo com a REAL história da origem do que esse dia realmente representa, entristeço-me ao perceber como a história fora distorcida e por consequência o real significado de tal dia. Desde cedo aprendemos que o Dia Internacional da Mulher surgiu em tom de homenagem á uma tragédia ocorrida em 1908 quando dezenas de mulheres operárias morreram carbonizadas propositalmente, apesar de não haver relato probatório de tal fato. Em contrapartida, a história nos conta que tal data comemorativa surgiu com um movimento de mulheres feministas socialistas ao saírem em defesa da revolução soviética na Rússia, e como tudo o que o socialismo, comunismo e feminismo toca, já podemos ter uma noção de deturpação em seu meio.
Exemplo disso é a atual situação do Brasil. Mesmo com a verdade estampada em nossa cara, comunistas e socialistas não se cansam em culpar um presidente DEMOCRATICAMENTE ELEITO para tentar mascarar o caos instalado por governos anteriores, em que o futebol e o samba SEMPRE foram mais importantes que a saúde, educação, segurança, entre outras necessidades públicas essenciais. Digo isso pois, se fizermos uma pesquisa rápida pela internet, nos deparamos com tantos escândalos de corrupção, promessas que não foram cumpridas, verbas públicas destinadas a países socialistas e ditatoriais, e, ainda, mais verbas públicas derramadas para uma mídia “de vulgo jornalismo” com o fito de mascarar acontecimentos importantes para frisar o que é de mais supérfluo, alienando cada vez mais aqueles que os assistem… Afinal, por que se importar com política sendo que você pode assistir o BBB?
Verdade seja dita, às vezes dá a impressão que as pessoas gostam de ser enganadas, afinal todos sabem de certa forma a verdade (com fatos comprovados) mas, por algum motivo, preferem continuar arrastando inverdades de novo e de novo! A título de exemplo, em relação à pandemia, todos vimos quem tomou as PRIMEIRAS medidas para o combate da doença – decreto de estado de emergência nacional – assim como quem avisou sobre as consequências de medidas insanas que foram e continuam sendo tomadas – recessão econômica catastrófica.
A ironia de tudo isso é saber que, pela primeira vez na história do Brasil, temos um presidente que visa a igualdade de fato. Todavia o mesmo é taxado como xenófobo, racista, misógino, entre vários outros adjetivos absurdos e desleais.
Bom, independentemente de qual teoria seja seguida em relação ao surgimento do “Dia internacional da Mulher”, é inegável que além do dia “oito de março”, existem inúmeras datas associadas EXCLUSIVAMENTE à mulher somente no Brasil – 01/02, 25/04, 27/04, 30/04, 12/05, 28/05, 07/08, 06/09, 14/09, 23/09, 10/10, 12/10, 15/10, 25/11, 06/12 etc. Tais datas são de suma importância por tratar de assuntos de extrema relevância – como chamar a atenção para assuntos relacionados à saúde da mulher. Contudo se olharmos de um ângulo equitativo percebemos que a “balança da igualdade” sequer se mexe em relação à datas exclusivas para os homens. Não é justo (e nem lógico) buscar incessantemente por uma “igualdade” visando, na verdade, a soberania (leia-se superioridade).
De fato, acredito que TODOS SOMOS IGUAIS, como diz a BÍBLIA, como diz a CONSTITUIÇÃO FEDERAL da REPÚBLICA ou em inúmeros tratados internacionais, portanto, vejo que algumas datas (não todas é claro) servem apenas para serem usadas em proveito próprio, causando divisão, mentiras, oportunismo e até distopia.
Por fim, creio que a HUMANIDADE precisa se dar conta do que é realmente respeito, empatia, misericórdia, gentileza, JUSTIÇA para TODOS sem causar rachaduras e separações! Quem sabe assim, possamos finalmente criar uma data com o significado VERDADEIRO e IGUALITÁRIO como por exemplo “O DIA DA CONSCIÊNCIA HUMANA” e praticar os atos cometidos em datas específicas TODOS OS DIAS com TODAS AS PESSOAS.
Emília Freitas – fisioterapeuta especialista em Saúde da Mulher. Atua nas áreas de Uroginecologia e Obstetrícia
Papo de Mulher
SOU EMÍLIA FREITAS, muito prazer… Comecei a atuar no universo feminino desde muito cedo, em especial na região íntima, essa parte do corpo feminino sempre me chamou atenção. Durante os atendimentos, observava a timidez, bloqueios, dor, desconhecimento e dificuldades que algumas mulheres sentiam em relaxar. Essas observações despertaram em mim um sentimento de empatia que me levou a aprofundar meus estudos na área da saúde da mulher, especialmente nas disfunções sexuais (estudos da Faculdade de Medicina da USP mostram que 18% das mulheres brasileiras sentem dor na relação sexual).
Outro fato que influenciou meu interesse na área foi minha primeira experiência gestacional. Tive um aborto espontâneo por incompetência cervical, o que me marcou. A dor da perda e a palavra INCOMPETÊNCIA me perseguiram por muito tempo, não ser capaz de gerar DE FORMA NATURAL era um pesadelo. Uma região do meu corpo desconhecida até então, descubro que existe, e que ela, eu, somos incompetentes! Como não associar minha experiência às histórias e relatos de tantas outras mulheres, com seus traumas passados, abusos, todas com suas cicatrizes e suas feridas, que mesmo curadas, deixam marcas profundas muito além da pele, envolvendo sentimento, corpo e alma, e o corpo responde de algum modo, podendo ser com dor na relação sexual, fraqueza dos músculos do assoalho pélvico, falta de concentração na hora do sexo ou algum bloqueio emocional que podem trazer prejuízos a sexualidade da mulher.
Muitas mulheres relatam nunca ter sentido um orgasmo, culturalmente não fomos estimuladas a nos tocar, olhar… isso é feio, não pode, não mexe aí…. Crescemos cercadas de tabus e preconceitos. Empatia é o que sinto quando estou com elas, então, mergulhei nesse universo da sexualidade feminina movida por conhecer e ajudar. Meu objetivo então passou a ser ajudar mulheres que desejam melhorar sua saúde íntima, desenvolver uma intimidade com o corpo, incentivá-las a conhecer e acolher o próprio corpo, entender que o sexo é saudável e que o prazer influencia diretamente nas nossas emoções e nossa qualidade de vida. E cá entre nós, não tem nada de errado em gostar. Quer saber mais? Siga meu e-book gratuito “Prazer em se conhecer”. Para acessar o e-book CLIQUE AQUI.