O acordo pretende viabilizar a construção de uma estrada alternativa - Foto: Reprodução Alex de Jesus
Compartilhe:

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) está empenhado em finalizar, até o primeiro semestre deste ano, uma negociação envolvendo oito prefeituras, dez empresas mineradoras, o governo do Estado e a União.

O objetivo é viabilizar a construção de uma via alternativa que desvie o tráfego de aproximadamente 1.500 carretas de minério que circulam diariamente por um dos trechos mais perigosos da BR–040, entre Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, e Conselheiro Lafaiete, na área central.

O acordo em negociação é um dos mais complexos já tratados pelo Compor e busca aliviar um trecho de 54 quilômetros da BR–040, onde a Amig registrou uma média de 156 mortes por ano entre 2020 e 2022.

O projeto propõe que as empresas assumam a revitalização de estradas existentes, realizando obras de alargamento, compactação e pavimentação para criar uma nova via estruturada, capaz de suportar o intenso tráfego de caminhões. Além disso, seria necessário implementar um terminal ferroviário para facilitar o escoamento da carga.

Em entrevista ao portal O Tempo, o prefeito de Belo Vale, Waltenir Liberato Soares (MDB), explica que a abertura da “rodovia do minério”, como é denominada pela Amig, é uma demanda antiga dos municípios e removeria cerca de 85% das carretas das mineradoras da BR–040.

Apesar da complexidade, o prefeito argumenta que esta é a proposta mais viável para melhorar a trafegabilidade e reduzir os acidentes na BR–040, afirmando que “não temos outra alternativa”.

O prefeito de Itabirito, Orlando Caldeira (Cidadania), também expressa esperança de um consenso, destacando os prejuízos, tanto em vidas quanto econômicos, causados pelo tráfego de carretas de minério na BR–040. Ele espera que um acordo seja alcançado para o início das obras no próximo ano.

Jarbas Soares Júnior, chefe do Ministério Público de Minas Gerais, destaca que a construção da via alternativa é uma antiga demanda das prefeituras e acredita que o projeto pode finalmente sair do papel. Ele ressalta a importância da imparcialidade do MP, que convida todas as partes a se sentarem à mesa e quebra o clima de desconfiança.

Compartilhe: