Uma padaria localizada no bairro Serrano, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, foi interditada pela Vigilância Sanitária após três pessoas da mesma família darem entrada em hospitais em estado grave, com sintomas de intoxicação alimentar. As vítimas relataram ter consumido uma torta de frango comprada no estabelecimento.
Segundo o G1, a Polícia Militar (PM) informou que Cleuza Maria de Jesus Dias (de 78 anos), a sobrinha dela, Fernanda Isabella de Morais Nogueira (de 23 anos), e o namorado da jovem, José Vitor Carrilho Reis (de 24 anos) foram internados na madrugada desta quarta (23/4) com suspeita de envenenamento. O caso foi registrado após a equipe médica de dois hospitais – um em Sete Lagoas (na Região Central de Minas), e outro em Venda Nova, na capital – acionarem as autoridades.
De acordo com familiares, o trio ingeriu uma torta de frango e uma empada na noite de ontem (22/4), logo após os jovens visitarem Cleuza. Eles relataram à polícia que os alimentos tinham um gosto azedo, o que os levou a retornar à padaria para reclamar.
Horas depois, o casal começou a passar mal e foi levado ao Hospital Municipal Monsenhor Flávio Damato, em Sete Lagoas. Cleuza também passou mal, desmaiou e foi socorrida pelo Samu, sendo levada para uma UTI na capital mineira. Todos precisaram ser entubados e seguem em estado grave.
A padaria, identificada como Padaria Natália, foi interditada na manhã de hoje. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, o local funcionava sem alvará sanitário e apresentava diversas irregularidades de higiene e estrutura.
Funcionários do comércio disseram à PM que os salgados eram preparados por um único padeiro freelancer, contratado informalmente. As tortas teriam sido produzidas no sábado (20/4) e mantidas congeladas. Ainda de acordo com os relatos, os produtos estavam com odor ruim no momento da devolução pelas vítimas.
O proprietário do local afirmou que não possui dados do padeiro, que trabalhou por apenas seis dias, foi pago em dinheiro e não teve nenhum registro formalizado. Ele também alegou que as câmeras de segurança foram danificadas por um incêndio, dificultando a identificação do funcionário.
A Polícia Civil segue à procura do padeiro. As investigações consideram possíveis intoxicações por toxina botulínica ou organofosforados – substâncias presentes em pesticidas – mas os exames laboratoriais ainda não foram concluídos.