
ITABIRITO (MG) – A localidade de Ribeirão do Eixo vive um dos seus piores pesadelos: ter invasores de terra como vizinhos fixos e, ao mesmo tempo, passar a conviver com toda a sorte de um novo povoado que já começou de maneira duvidosa.
Os invasores se dizem “ocupantes” com o propósito de fazer com a que terra “ocupada” cumpra “papel de função social”.
Na ocorrência feita pela Polícia Militar (PM), feita na 2ª invasão (sábado, 14/6), eles não descartaram a possibilidade de “novas investidas” com objetivo de se apoderar da terra desejada.
Afirmam (ainda de acordo com boletim de ocorrência) que os lotes a serem “ocupados” são os de números 101 ao 106, do Chacreamento Nossa Fazendinha, que segundo eles estariam abandonados e pertenciariam a empresas falidas.
Os moradores de Ribeirão negam o abandono. Contudo, admitem que muitos terrenos só contam com os recibos de compra e venda.
O receio dos moradores legais de Ribeirão é a favelização do local e, mesmo tempo, o aumento da violência, do tráfico de drogas, da especulação imobiliária feita por atravessadores envolvidos com ilegalidades etc.
Neste sábado, após forçarem a cancela, os invadores roçaram a área almejada e fizeram cercas no local. Tal cancela foi instalada pelos moradores depois da 1ª invasão (crime praticado pelo mesmo grupo), em 16/5 deste ano. Todavia, essas cercas já foram (novamente) retiradas pelos cidadãos que vivem em Ribeirão.
No domingo (15/6), inclusive, um grupo de moradores de Ribeirão fechou a entrada do chacreamento fazendo uma barreira com carros.
Relatos dão conta de que há um pastor do bairro Jardim Canadá, Nova Lima, envolvido na invasão. O Radar Geral tentou falar com esse “religioso”, contudo, não há na internet (aparentemente) telefone de contato disponível.
O que acontece atualmente é ainda mais preocupante que situações já vividas pelos moradores de Ribeirão do Eixo. Isso porque desta vez, não se trata, por exemplo, de garimpos ilegais em que a polícia chega, os criminosos fogem (na maioria das vezes) e as máquinas são apreendidas. E ainda: no atual caso, os moradores de Ribeirão (pode-se dizer) estão sozinhos – sem uma mineradora lesada “no mesmo barco” da população local e, portanto, contra os invadores (como no caso do garimpo ilegal).
Os invasores são organizados, possuem mapas, levantamento topográfico da área, estudo da canalização local do Saae. Além do pastor, afirmam estar amparados por advogados e até por um desembargador. Ao mesmo tempo, colocam-se na condição de “vítimas da sociedade”
Sabe-se que a Polícia Militar, sem ordem judicial, não se “atreve” a lidar com esse tipo de situação. Mesmo porque os invasores (ou ocupantes – como preferem ser chamados) algumas vezes conseguem comover parte da sociedade que apoia invasões tendo como pano de fundo questões sociais.
No sábado, eram 30 invasores (sem contar que havia uma criança entre eles), e a PM que chegou com (somente) duas viaturas.
“Quando a polícia chegou começou uma correria dos invadores para esconder ferramentas e outros materiais”, disse um morador ao Radar Geral.
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