A empresa Patrimônio Mineração, em Ouro Preto (MG), teve suas atividades parcialmente embargadas após soterrar uma gruta que fica em sua área de operação. A aitude da firma se deu em plena madrugada e foi denunciada por moradores da comunidade de Botafogo.
Segundo o Jornal O Tempo, o dano, classificado como irreversível, levou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) a determinar o embargo parcial nesta quarta (26/3).
A Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) denunciou o caso formalmente, destacando que, em 21 de março, imagens de drone captaram uma retroescavadeira avançando em direção à caverna. Apesar de registrada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a gruta não foi mencionada no relatório espeleológico da mineradora – documento necessário para o licenciamento ambiental.
Antes de acontecer o soterramento, com base nos riscos, moradores da região e a arqueóloga Alenice Baeta fizeram a denúncia do caso na polícia. Isso levou a uma paralisação temporária da mineradora. No entanto, segundo a SBE, as operações foram retomadas de forma deliberada durante a madrugada – resultando no soterramento da gruta.
Em 22 de março, novas imagens de drone confirmaram a destruição.
Procurada pelo O Tempo, a Patrimônio Mineração, pertencente ao grupo L.C. Participações e Consultoria, não se manifestou.
Além do embargo das atividades em um raio de 250 metros ao redor da gruta, a empresa foi multada.
O Ministério Público acompanha a situação desde fevereiro.
