Aulas começaram e criança autista, de Amarantina, continua à espera de sua monitora; mãe irá ao MP
Escola onde a criança estuda, em Amarantina - Foto: Google
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Ouro Preto (MG) – João, uma criança autista de 8 anos de idade, morador de Amarantina, está tendo dificuldade de ingressar, de fato, no 4º ano da Escola Municipal Major Raimundo Felicíssimo.

Não, não é por causa do autismo, e sim por estar sem monitor específico para acompanhá-lo durante as aulas.

Como determina a lei federal 12.764/12, o monitor é um direito da criança e uma obrigação da Prefeitura. Definitivamente, o caso de João não é o único em Ouro Preto (veja fala da vereadora Lílian França no decorrrer desta matéria).

“As aulas começaram (na sexta, 7/2) e (neste 1º dia) o diretor deixou meu filho ficar na escola. A monitora de outra criança cuidou do João porque o aluno que ela cuida só começa segunda-feira. Mas o meu menino chamou o tempo todo pela monitora dele. É de cortar o coração”, disse a mãe de João, Jordana Silva Almeida Marques, em mensagem ao Radar Geral na mesma sexta-feira.

Ontem (11/2), Jordana disse: “Ele está indo à escola, mas sem monitora. Meu filho fica colorindo em sala de aula. Ele é apaixonado pela escola. Só que fica chamando pela monitora”.

Amanhã (13/2), à tarde, Jordana vai acionar o Ministério Público (MP) para tentar agilizar o processo de contratação.

OUTRO LADO

Jordana fez uma “via-sacra” para tentar solucionar o problema e fazer valer o direito de seu filho.

Não é a 1ª vez que ela vive esse drama (fato semelhante aconteceu em 2023). Contudo, a situação atual ganha, cada vez mais, ares de indefinição agonizante para ela.

Além da Secretaria Municipal de Educação, Jordana procurou vereadores que são, digamos, próximos ao povo de Amarantina: Lílian França (PP) e o presidente da Câmara, Vantuir Antônio da Silva (Avante).

O Radar Geral buscou resposta dos três.

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

A reportagem tentou falar com secretária Deborah Etrusco Tavares hoje à tarde, mas ela estava num compromisso fora da Secretaria.

A atendente, então, sugeriu que fosse marcada uma hora com Deborah.

A servidora salientou que, de fato, há demandas não atendidas de contratação de monitores, mas que as contratações estão sendo feitas, que este assunto em específico é competência do RH (Recursos Humanos) da Prefeitura, mas que eles (do RH) não estão atendendo ligações tendo em vista a quantidade de trabalho.

Com histórico de luta pela inclusão, a vereadora atendeu ao Radar Geral.

Ela garantiu que já levou o caso da Jordana à secretária mais e uma vez. A vereadora disse que pediu agilidade para que houvesse solução. Mas afirmou que a demanda na Prefeitura é enorme.

“O Município está contratando, mas este ano é atípico. É preciso contratar em toda Ouro Preto 180 monitores. Cerca de 500 pessoas foram mandadas embora da Prefeitura para que outros 500 pudessem assumir seus cargos após serem aprovados no concurso. O RH está chamando, mandando fazer exame médico, e o problema será sanado. Entendo a situação da Prefeitura. Há vários monitores já contratados. Mas sei também que nada justifica a situação pela qual passa a Jordana e o filho dela. Vou novamente interceder a favor dela. Vou vencer (a Prefeitura) pelo cansaço”, afirmou a vereadora.

VANTUIR

O Radar fez contato com servidoras que trabalham com vereador presidente Vantuir. Mas não conseguiu falar com ele.

Todavia, uma assessora disse que ele está ciente do caso, que o parlamentar pediu providência à secretária, e que a monitora já estaria na fila, com outros, para fazer o exame que antecede a contratação.

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