ITABIRITO (MG) – Uma mãe que quer que a justiça prevaleça e saber de fato o que aconteceu com sua filha Cecília Vitória – que morreu com cerca de 1 mês de vida. Larissa Ferreira Gonçalves (de 24 anos) é essa mãe. Moradora do bairro Padre Adelmo, ela na madrugada de 19/5 de 2023 levou sua bebê (que estava gemendo e com sangramento no nariz) à UPA de Itabirito.
Segundo a mãe, o diagnóstico foi “rompimento de vazo”. Horas depois, a pequena foi liberada para ir para casa. Contudo, seis dias depois (em 25/5/2023), Cecília não acordou às 5h da manhã (como era de costume). “Fui para perto dela minutos depois dessa hora. Ela já estava ‘geladinha’”, lembrou, emocionada, Larissa.
“Na hora, o narizinho dela, da mesma forma que da 1ª vez, estava sangrando”, relatou. Às pressas, com sua filha, voltou à UPA. O mesmo médico atendeu a bebê. Às 7h, a mãe soube que sua filha foi a óbito. Para Larissa, houve negligência médica desde o 1º atendimento. “Por que não pediram um exame mais detalhado da 1ª vez?”, questionou.
A mãe afirma que na UPA, a causa da morte não foi apresentada. “O médico disse que era para eu pedir uma perícia”, contou. Entretanto, nesse meio tempo, houve troca de plantão. E, de acordo com mãe, o doutor que assumiu disse que não havia necessidade de perícia, uma vez que (segundo este médico, com base em fala de Larissa) só se deve pedir o procedimento em caso de “espancamento ou estupro”, por exemplo.
Em meio à discussão e até boletim de ocorrência, a perícia finalmente foi pedida. Horas depois, quando a mãe chegou para aguardar a perícia em Itabirito, o mesmo médico, que a princípio disse que não havia necessidade do procedimento, estava lá, num carro com outro médico (pediatra e perito). Este assumiu o corpinho de Cecília e fez a perícia.
Resultado: “morte indeterminada”.
Para piorar a sensação de descaso: no documento pericial, constava que Cecília era do “sexo masculino”. A mãe acredita que houve um complô para proteger alguém e/ou esconder algum fato relevante. O sepultamento foi em 26/5/2023.
O caso está na Justiça. A Prefeitura foi intimada, manifestou-se ciente da audiência e “juntou a procuração”. Participou da audiência de conciliação. Apresentou contestação. Manifestou-se quanto à produção de provas.
OS OUTROS LADOS (notas na íntegra):
Nota oficial da Prefeitura de Itabirito (responsável pela UPA):
A Prefeitura de Itabirito informa que, em relação ao caso citado em demanda de imprensa que versa sobre o falecimento da bebê C. V. F. em 2023, a Administração Pública Municipal não foi acionada em nenhum momento, nem mesmo à época do ocorrido.
Nota oficial da Secretaria de Estado da Saúde (Governo de Minas):
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que os municípios são responsáveis pela gestão dos serviços prestados nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) em seus territórios. Portanto, em relação ao atendimento prestado, a orientação é apurar junto ao município de interesse.
A SES-MG informa, ainda, que por motivo de confidenciabilidade e em observância à Lei Geral de Proteção de Dados, não é possível dar informações acerca de resultados de exames, investigação de óbitos e nem quadro de saúde de pacientes.
A Secretaria destaca que a responsabilidade da investigação de óbitos é do município e caso não consigam encerrar o caso, poderá ser solicitado auxílio à Unidade Regional de Saúde (URS).
Nota oficial da Polícia Civil:
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que o inquérito, que investiga a causa da morte de uma bebê, em 25/5/2023, em Itabirito, encontra-se em andamento. Ao final das investigações, outras informações poderão ser divulgadas.
Sem entrevistas.
LEIA TAMBÉM:
Mãe denuncia atendimento da UPA de Itabirito: “Quase perdi meu bebê”