Duas mulheres, companheiras uma da outra, foram indiciadas por maus-tratos e abandono de um bêbe. A informação foi divulgada hoje (17/9) pela Polícia Civil (PC) de MG. Na sexta (13/9), foi cumprindo mandado de prisão preventiva de uma das envolvidas (de 35 anos), que estava em Itamonte (Sul de MG). A outra suspeita é a mãe (de 30 anos) da criança, que foi presa em flagrante pela Polícia Militar em julho deste ano na região Norte de BH.
Os crimes foram praticados na capital e as investigações são da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
FLAGRANTE
Conforme a delegada Letícia Muller, a mãe e a companheira teriam sido agredidas por populares que acreditaram que as duas teriam abusado do bebê. “As duas eram usuárias de drogas, especificamente crack, e elas tiveram uma recaída. Então esse bebê de apenas um mês de vida começou a não ser tratado da forma devida”. A delegada ainda acrescenta que na data dos fatos, a mãe saiu com o recém-nascido. “Ao que tudo indica pelo efeito da droga, ela teria suspeitado que a companheira e outros indivíduos, usuários também, poderiam ter abusado do bebê. Por causa disso, as duas foram extremamente agredidas pela população”, relatou Muller.
“O bebê, ao ser encontrado, estava com muita fome, era perceptível que não estava sendo higienizado e ainda tinha duas fissuras na região anal. Por essa suspeita de abuso sexual, a mãe foi presa em flagrante”, destacou a delegada. “O abuso sexual não foi confirmado, inclusive foi realizado o exame de corpo de delito na criança, e ao que tudo indica as lesões foram por falta de higienização e outros cuidados”, explicou Muller.
PREVENTIVA
A outra investigada (de 35 anos) foi presa em Itamonte, no Sul de MG. “Mesmo diante das agressões sofridas por populares, a mulher conseguiu fugir. Mas conseguimos localizá-la com apoio da delegacia de Itamonte”, informou Muller.
Com passagem por crime de furto, a companheira da mãe foi indiciada pelos mesmos crimes. “Como ela convivia com a mãe e o bebê, ela também era responsável pelo bem-estar da criança”, salientou a delegada. “Em nenhum momento, houve agressão física à criança, os maus-tratos se configuraram diante da negligência e do abandono”, ressaltou Muller.
O inquérito policial foi remetido ao Poder Judiciário.