A retomada das atividades da Samarco em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, tem gerado preocupações entre os moradores do bairro São Cristóvão, no município marianense.
Segundo relatos, o intenso tráfego de caminhões de mineração na MG-129 está tornando mais intensos os problemas estruturais de diversos imóveis próximos à rodovia. Os moradores afirmam que a situação se agravou desde a retomada das operações da Samarco.
A via que atravessa o município de Mariana se destaca por fornecer acesso a zonas de mineração. Incluindo a Samarco, que retomou suas atividades na cidade em dezembro de 2020, após cinco anos do desastre da barragem do Fundão.
Em entrevista ao G1, Luzia de Oliveira, moradora da região, afirmou: “Desde que liberaram a Samarco a voltar a funcionar, mais de 400 caminhões de grande porte estão passando na porta de casa todos os dias. E [os imóveis] não estão aguentando, destruiu um monte de casa”.
Apesar dos esforços da mineradora e da Prefeitura na busca de soluções, os residentes afirmam que o problema não cessou.
A população chegou a realizar uma manifestação fechando a rodovia para chamar a atenção para a situação, mas foram impedidos pela polícia, que alegou que o ato desrespeitava uma decisão judicial.
Em nota, a Samarco afirmou manter um constante diálogo com líderes locais e entidades representativas, destacando a implementação de medidas para reduzir o fluxo de tráfego, incluindo a diminuição da frota de veículos próprios e contratados, além de ajustes nos horários dos ônibus que partem do Complexo de Germano, em Mariana, durante os períodos de maior movimento.
Ao abordar a questão do tráfego na rodovia, a Samarco mencionou a realização de um estudo em 2020 e informou que está em processo de atualização desse levantamento. Essa atualização, segundo a empresa, visa possibilitar a proposição de “outras ações que poderão ser discutidas com as partes interessadas”.
A Prefeitura de Mariana informou, em nota, que não há registros recentes de interdições de residências ao longo da rodovia, destacando que as últimas medidas nesse sentido datam de 2019, quando ocorreu um deslizamento de encostas.
Em resposta ao intenso tráfego de veículos na MG-129, a administração reconheceu a situação e afirmou estar empenhada em atender às demandas dos cidadãos. Além disso, ressaltou a existência de programas destinados a auxiliar a população em situação de risco, como o auxílio social.
Matéria baseada no G1.