Geísa Souza: 1ª mulher da história a assumir função de maestrina numa banda de Itabirito
Geísa no dia em que ela ficou à frente Corporação Musical Santa Cecília - Foto: Prefeitura de Itabirito
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Itabirito (Região Central de Minas) – Pela 1ª vez na história do município, uma mulher, em uma oportunidade, assumiu a condição de maestrina de uma banda itabiritense.

Essa mulher é Geísa Souza (45 anos). A banda é a Corporação Musical Santa Cecília (de 126 anos). Essa oportunidade foi no último dia 27 de setembro deste ano de 2023, quando houve o encerramento da Semana Municipal do Idoso – na Praça São Sebastião. O evento foi organizado pela Prefeitura e aconteceu dentro das comemorações dos 100 anos de emancipação político-administrativa de Itabirito.

Geísa está na banda há 36 anos. Ela é contramestra na corporação musical. No dia em específico, o maestro Vieira tinha um compromisso. Por isso, pela 1ª vez, ela foi convidada a estar à frente da banda. “Foi um misto de emoção, de gratidão e de missão cumprida. Eu tinha que honrar a confiança do maestro Vieira. Pedi aos músicos: ‘Sejam todos maestros comigo’. No final, agradeci um por um dos músicos”, disse ela em depoimento ao Radar Geral.

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Luta

Muitos não têm noção da responsabilidade que é ser um maestro de banda. Na Santa Cecília, o titular é o senhor José Vieira, um homem de mais de 80 anos de idade e que vai completar 50 anos na função.

Na corporação, são dois contramestres (que organizam a banda em apresentações e auxiliam o maestro): o clarinetista Flávio José dos Reis e a saxofonista tenor, Geísa Souza (a personagem desta história).

Filha de saudoso Jarbas Nazareth e da Dirinha – casal que fez parte da história da Santa Cecília de Itabirito, Geísa começou a aprender a tocar aos 8 anos de idade. “Em 1986, entrei para a banda”, disse ela.

Geísa e a Banda Santa Cecília, na Praça São Sebastião – Foto: Reprodução – Prefeitura de Itabirito

Contudo, para ter condições de, um dia, assumir a função de maestrina, ela buscou concluir o Curso de Regência de Bandas, promovido pelo Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) da Fundação Clóvis Salgado (que administra o Palácio das Artes, em BH). “A duração é de um ano e o curso é muito rígido. Eram 20 vagas. Só oito músicos concluíram. Desses, eu era a única mulher”, contou a saxofonista de Itabirito.

Ao responder “por qual motivo, você fez o curso?”, Geísa (que mora no histórico bairro Boa Viagem e é publicitária de formação) disse que sua intenção é colaborar, ao máximo, com a banda e com o maestro, e enfatizou: “A Santa Cecília é uma banda centenária. Vou fazer 37 anos lá dentro. Minha família tem raízes na corporação. O maestro Vieira é muito atuante, meu exemplo, meu professor. Ele ainda vai se dedicar por muito mais tempo como todos esperamos. Mas até ‘onde’ eu puder ajudar, estarei à disposição”.

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