Itabirito (Região Central de Minas) – Willian José Alves (44 anos) é vigilante profissional. Ele era contratado da Uno Segurança e Vigilância (empresa com sede em Contagem). Essa firma era terceirizada da Ferro Puro Mineração. De acordo com depoimento que Willian deu ao Radar Geral, ele foi dispensado, mas não recebeu sua rescisão de contrato.
Willian trabalhou para a Uno por nove meses, sendo que durante sete meses ele atuou como vigilante na Ferro Puro.
A Uno não presta mais serviço para a mineradora. Atualmente, é a empresa Souza Lima Segurança Patrimonial que faz o serviço. Willian afirma que não foi reaproveitado pela nova terceirizada.
Segundo Willian, ele não foi contratado pela Souza e Lima devido a um atraso em seu curso de reciclagem. Curso esse que a Uno, de acordo com ele, teria se recusado a bancar. Isso mesmo com a convenção coletiva da categoria estabelecendo que “a reciclagem deve ser custeada pelos empregadores”.
Sendo assim, o vigilante fez o curso pagando do seu próprio bolso e, mesmo assim, não foi reaproveitado pela Souza Lima.
“Não quero levar ninguém na Justiça. Só quero meu direito à rescisão”, disse o trabalhador, que desde o dia 14/3 está desempregado, tendo que pagar aluguel e dar conta de cinco pessoas em sua casa: ele, seu filho, enteada, esposa e sogro (um idoso que sofre de demência).
Outro lado
A Uno afirma que Willian não foi dispensado. Leia resposta da empresa:
“O colaborador Sr. Willian José Alves ainda é nosso colaborador e está com seus vencimentos em dia, o mesmo não foi demitido pela empresa e será convocado para prestar serviço em outro posto de serviço, sendo assim até a presente data o mesmo não tem rescisões para ser recebida, as informações que ele está divulgando até poderá trazer sanções ao mesmo conforme o artigo 482, da CLT. Sem mais.”
Tal resposta contraria a Carteira de Trabalho de Willian. Veja a imagem:
Ferro Puro diz que vai apurar o caso
Em nota, a mineradora afirmou: “A Ferro Puro desconhece qualquer inadimplemento quanto a verbas rescisórias de funcionários da UNO Segurança, pois quitou os respectivos valores à Empresa terceirizada mediante diretriz, cobrança e destinação exclusiva para pagamento de tais verbas. Apuraremos o ocorrido para fornecer maiores detalhes”.
