Artigo de opinião– Por Romeu Arcanjo – editor do Radar Geral
“Bolsonaro presidente, o Brasil no caminho certo. Família e democracia, e contra corrupção, socialismo e comunismo”. Esses são os dizeres que estão no outdoor colocado à beira da BR-356, nas proximidades da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itabirito, na Região Central de Minas.
Cerca de 40 pessoas colaboraram para bancar a homenagem ao presidente Jair Messias Bolsonaro, que custou R$ 4.200. A elaboração do outdoor foi feita pela Direita Minas –Itabirito, grupo que começou a se organizar no município em 2016.
O outdoor foi colocado há cerca de duas semanas. Contudo, quando começou a ser elaborado, há mais ou menos 1 mês e meio, a popularidade de Bolsonaro estava, em parte, comprometida pelo auge da crise do coronavírus, bem como por decisões do STF e linhas editoriais de importantes veículos de comunicação (como dos grupos Globo e Folha) desfavoráveis ao presidente (lembrando que tais linhas editoriais continuam irredutíveis).
Acredita-se que, pelo menos em parte, a ojeriza do Grupo Globo contra o presidente tenha a ver com a diminuição de repasses de verbas públicas do governo a veículos deste grupo em específico.
Contudo, passado o tempo, a popularidade de Bolsonaro começou a crescer vertiginosamente segundo todos os institutos de pesquisa.
De acordo com adversários do presidente, a alta da popularidade de Bolsonaro se deve ao auxílio emergencial que, segundo a Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social), beneficia aproximadamente 124,2 milhões de pessoas diretamente ou indiretamente. O número contabiliza os 65,4 milhões de cidadãos considerados elegíveis e os membros de suas famílias.
Já os defensores de Bolsonaro acreditam que o auxílio foi um dos motivos, mas não o único. “O presidente está fazendo um ótimo trabalho”, diz Gonçalo Araújo, um dos coordenadores da Direita Minas – Itabirito e um dos organizadores para viabilizar a colocação do outdoor.
“A popularidade do presidente passa pelas obras de infraestrutura, como a transposição do Rio São Francisco, que levou água para o povo do nordeste; as obras da Ferrogrão, que tem papel estruturante para o escoamento da produção do estado do Mato Grosso. Governo sem escândalo de corrupção e, ao mesmo tempo, com uma linha de pensamento que tem a ver com a maioria da população de Itabirito e do Brasil”, completou Gonçalo.
Com o esfriamento da repercussão de situações envolvendo Fabrício Queiroz e a primeira-dama Michelle Bolsonaro, os ataques dos opositores agora estão mirando o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que tem dado munição aos adversários (lembrando que a primeira-dama recebeu 27 depósitos totalizando R$ 89 mil de Fabrício Queiroz e da esposa dele, Marcia Aguiar, entre 2011 e 2016. Portanto, antes de Bolsonaro assumir a presidência. O Ministério Público investiga o caso).
Pesquisas
A artilharia pesada contra o presidente não tem surtido efeito esperado pelos opositores. Na mais recente pesquisa Ibope, instituto historicamente preferido pela TV Globo, o governo Bolsonaro é aprovado por 40% e reprovado por 29%.
Em junho do ano passado, 46% aprovavam a maneira de governar de Bolsonaro. Em setembro, 44%. Em dezembro, 41%. E agora, 50%.
Os que desaprovavam eram 48% em junho. Depois, 50%; 53%; e agora são 45%.
O Ibope ouviu 2 mil pessoas em 127 municípios, de quinta-feira (17 de setembro) a domingo (20 de setembro).
Já o DataPoder (em pesquisa divulgada em 30 de setembro) afirma que o Governo Bolsonaro é aprovado por 52% e desaprovado por 42%.
Quando a pergunta é “em quem ‘você’ voltaria se a eleição presidencial fosse hoje?”, Bolsonaro lidera em todos os cenários:
Com exceção de veículos como Fox News (nos Estados Unidos), da rede Rádio Jovem Pan (São Paulo) e do jornal Gazeta do Povo (do Paraná), a maioria dos grandes veículos de imprensa, nacionais e internacionais, quando o assunto é Bolsonaro, tem sim um viés progressista/esquerdista.
Aparentemente, a imprensa internacional parece não se lembrar dos desastrosos desmandos esquerdistas. Atualmente, ainda não há 3ª via viável com força eleitoral: ou é Bolsonaro ou é alguém apoiado por Lula (PT) – maior líder esquerdista da história do país.
Alguns dizem que a Globo e a Folha, por exemplo, estão “simplesmente sendo ‘imparciais'”, fazendo o “verdadeiro jornalismo” (que, na maioria das vezes, é ser do contra, e não ser a favor). Dizem também que quando o alvo era o PT, a imprensa fazia bem em denunciar. Agora, está sendo tolhida em seu direito de “fazer jornalismo”. Todavia, eu discordo.
Uma coisa é denunciar os grandes, vários e bilionários esquemas de corrupção e o colapso da economia nos tempos de PT. Outra coisa é dar importância (nível catástrofe) às intempéries da retórica de Bolsonaro.
Definitivamente, o presidente poderia, simplesmente, falar menos. Parte dos problemas se resolveria.
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Artigo atualizado às 21h26 de 2-10-2020.