Os altos índices de chuvas têm causado consequências negativas para os moradores da área de risco, como os integrantes do Beco Mãe Chica, em Ouro Preto (na Região Central de Minas). Quem vive no local, tem por perto insegurança com relação às encostas e o risco para suas casas. Isso porque, segundo eles, tudo desabar a qualquer momento.
O Radar Geral recebeu denúncias de moradores, e uma delas dá conta de uma casa localizada na Rua Pandiá Calógeras, que oferece riscos aos moradores do beco.
Segundo informações de um morador, que preferiu não ser identificado, a casa não tem alvará da Prefeitura, sendo uma obra irregular. De acordo com verificações antigas do Corpo de Bombeiros, seria necessário a construção de um muro nos fundos da residência, para conter o imóvel no período chuvoso, e não prejudicar os outros moradores. A fundação da casa já começou a perder força, bem como o barranco, que teve algumas quedas.
Vizinhos contam, porém, que as moradoras da casa citada não aceitam dialogar, e não pretendem fazer as obras necessárias, como a construção do muro de arrimo.
Pânico e tensão
Segundo os moradores do beco, com as chuvas e a umidade da cidade, o barranco fica cada vez mais delicado. O temor é que, se acontecer o deslizamento da encosta com a casa citada, diversas outras moradias sejam atingidas.
Uma moradora, que também preferiu não se identificar, contou como os moradores do beco têm passado os últimos dias. “Está todo mundo com medo. Ninguém está dormindo. Qualquer barulho, a gente já acorda aqui assustado (…) Estou em casa sozinho, morrendo de medo. Mas peço a Deus que toque os corações, têm vidas aqui”, desabafou.
Outro temor dos moradores envolve o Rio da Barra, que pode ser um problema futuro. “Nosso fantasma é essa casa descer, o barranco continuar descendo, porque está chovendo muito. Quando a chuva vem, não tem como fazer muita coisa, é tarde demais. E ainda tem o Rio da Barra, que passa pelo beco. O rio tem subido muito, e o beco tem sofrido muitos riscos. Tem o Morro da Forca que, se descer, pode represar o rio, e inundar a aqui. O rio tem subido muito com as chuvas”, completou.
Descaso público
Os integrantes do Beco Mãe Chica se sentem, de certa forma, abandonados pelas autoridades. Após acionarem diversas vezes a Defesa Civil de Ouro Preto, apenas a Fiscalização de Postura compareceu ao local, e recomendou a presença do geólogo do município, Charles Murta. A presença do profissional é necessária para que medidas técnicas e efetivas sejam tomadas.
O Radar Geral entrou em contato com a Defesa Civil de Ouro Preto, que comunicou que tem enviado equipes para todas as zonas de risco do município. O órgão alegou que todo o esforço possível está sendo realizado nos dias de cheia.
