Pelo fato de o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), não ter cumprido acordo feito, em 2019, com as forças de segurança do estado, os agentes anunciaram greve nesta segunda-feira (21/2). Caso a greve de fato aconteça, o temor da população é ficar à mercê da bandidagem.
Apesar da decisão tomada pelos manifestantes, cada categoria irá decidir, em assembleia, ainda se adere a paralisação ou não. As forças de segurança de Minas Gerais são bombeiros, agentes socioeducativos, policiais civis, militares e penais.
Eles protestaram hoje (21/2), a partir das 9h, na Praça da Estação, Centro de Belo Horizonte.
As categorias se manifestaram contra dois vetos da gestão Zema sobre a recomposição salarial prometida ainda em 2019. Milhares de pessoas estiveram no manifesto, que reuniu, inclusive, agentes de segurança do interior de Minas Gerais.
Veja compilado de vídeos feito pelo Radar Geral:
O motivo
Em 2019, em resposta às forças de segurança, que foram às ruas para pedir a recomposição salarial (que não tinham desde 2015), o governador Zema fez um acordo e apresentou um projeto de lei de reajuste de 13% em 2020, 12% em 2021 e 12% em 2022.
Tal proposta foi aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Contudo, somente o primeiro reajuste, de 13%, foi pago em 2020.
Mesmo paralisados, os policiais precisarão manter contingente mínimo na ativa, conforme determina a Constituição Federal. O Supremo Tribunal Federal (STF) entende como inconstitucional o direito dos militares a greves.
Situação da Região dos Inconfidentes
O Radar Geral perguntou à Comunicação do 52º Batalhão da Polícia Militar como ficará a situação de Itabirito, Ouro Preto e Mariana no que diz respeito à segurança e a possibilidade de adesão dos militares à greve.
A resposta que se teve foi que os questionamentos da reportagem devem ser feitos à Secretaria de Estado de Governo.
Em contato com a Superintendência de Comunicação do Governo do Estado de Minas Gerais, o Radar foi informado que o comunicado oficial de greve não havia chegado até o fim da tarde desta segunda (21/2). “Só depois do comunicado é que vamos divulgar as estratégias de como ficará as questões relativas à segurança em todo o estado”, informou a Superintendência.
Associada a tantas incertezas, não se sabe ainda como será a adesão na Região dos Inconfidentes em específico.
Governo do Estado
A resposta do Governo de Minas foi dada à imprensa também em nota oficial. Por meio dela, o governo afirma que “mantém diálogo aberto com todas as categorias, levando em conta as necessidades dos servidores e o importante trabalho prestado por eles ao Estado”.
Ainda segundo a nota, “mesmo diante a todas as dificuldades financeiras enfrentadas e aprofundadas pela crise sanitária da pandemia, em 2020, foi concedido reajuste de 13% para as forças de segurança”.
A nota continuou: “Com a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, projeto que aguarda análise da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Estado terá condições de aplicar a recomposição da inflação nos salários de todas as categorias do funcionalismo público, e dar continuidade ao pagamento das dívidas herdadas, como os repasses para os municípios e os depósitos judiciais”.
Guarda Civil Municipal e Brigada Municipal de Itabirito
A Secretaria Municipal de Segurança e Trânsito da Prefeitura de Itabirito informou ao Radar Geral que a manifestação e greve são das instituições estaduais, não afetando as atividades da Guarda Civil Municipal (GM) e Brigada Municipal.
O secretario Municipal de Segurança e Trânsito, Antônio de Pádua Pataro, informou ainda que sua pasta manterá contato direto com o comandante operacional da PM em Itabirito, tenente Veríssimo, para que sejam alinhadas atuações conjuntas entre o contingente atuante da PM e GM.